Risoleta C Pinto Pedro AINDA OS NEOLOGISMOS: A “ESPERMACULTURA”
Eram os mesmos senhores que no outro dia, no sapateiro, falavam de “espumalha”, juntando tudo no mesmo saco. Eram queixas amargas, de tudo e de todos. Também a permacultura entrou no saco, queixavam-se amargamente dessa “espumalha da espermacultura”. Após um primeiro momento de perplexidade, percebi que era das sementes geneticamente modificadas, esse produto da escumalha, que falavam. Os nomes nem sempre são o mais importante, toda a gente percebeu a ideia, mas eu, que sou viciada em palavras, fui a que demorei mais tempo, no entanto também lá cheguei. A “espermacultura” ou permacultura lexicalmente modificada cedeu por momentos o sentido à prática que, a continuar, dará cabo não só da permacultura, mas da cultura, de todas as espécies e da humanidade. Resta-nos esperar que a espermaespumalha não se multiplique, que a permacultura e a cultura e a humanidade evoluam num processo de consciência metaecológica (porque só com ecologia não vamos lá) onde a terra ressoe e vibre na mesma oitava do corpo, onde a mente se alie ao mais delicado de tudo o que existe no universo, onde o visível revele o invisível, onde o planeta seja um livro onde possamos aprender a conhecer-nos, onde o respeito pelo outro se aprenda no respeito por si e vice-versa, onde o respeito pelo planeta se revele no respeito pelo princípio feminino e por todas as mães, grandes ou pequenas, onde o respeito pela mulher reflita o respeito pelo homem, onde o respeito pelos mais frágeis nos mostre o incontornável e mimético respeito por nós mesmos. Um mundo onde a própria “espumalha” seja o material alquímico ou o adubo onde possa germinar e florir uma permacultura de autorrespeito, açucenas e paz.
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