Risoleta C Pinto Pedro

Tenho o maior respeito pela escritora Maria Teresa Horta. E conheço as teorias dela sobre a escrita feminina. Respeitáveis e interessantes. Tenho estado atenta ao que diz. Hoje falava sobre a política no feminino pondo-a em paralelo com a escrita feminina: que existe uma escrita feminina e uma maneira feminina de fazer política.

Já não consegui ouvir o que disse quando, por exemplo, foi interrogada sobre o eventual estilo masculino de Tatcher. E Obama, terá um estilo feminino? Para só referir estes dois.

Pergunto-me: será disto que se trata? Feminino versus masculino? Ou então... cooperação versus competição? Não será mais isso? Cuidar ou dominar?

E na literatura? Sentir ou impor? Os homens não sabem escrever com sensibilidade, com vulnerabilidade? Não acredito. Se me deram uma página a ler, não sei, não posso saber, salvo através do género gramatical usado, se foi escrita por um homem ou por uma mulher.

Não se trata também de fazer política no feminino ou no masculino, mas fazer política contra as pessoas ou com as pessoas.

É como ser-se humano. Contra o planeta e os outros seres ou com o planeta e os outros seres.

Quando deixarmos de violar o planeta, as mulheres e as crianças, os diferentes e mesmo os homens deixarão de ser maltratados. Porque o que está em causa aqui, é uma questão de correspondências. "Tal como fora, assim dentro; tal como em cima, assim em baixo." Já dizia Hermes Trimegisto, entre outras coisas aparentemente dementes. E reais.

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