Risoleta C Pinto Pedro QUANDO O HUMOR NOS ENTERNECE ...
... e comove. Alguns dos actuais melhores momentos de televisão (não todos, alguns) têm-me sido proporcionados por Mário Crespo nas suas entrevistas. Recordo uma conversa com Lobo Antunes, e refiro hoje uma entrevista a que recentemente assisti (ainda sobre o seu efeito) com Jel, um extraordinário humorista português contemporâneo. Eu já tinha assistido a alguns sketchs dele e do seu parceiro (afinal, irmão) na Sic, mas não imaginava de quem se tratava nem como se chamavam, nem de onde raio tinham saído, de tão diferentes. Radicais, sem dúvida, mas cultos, radicais, mas livres, radicais, mas lúcidos, radicais, mas corajosos. Sem tabus, com poucos limites mas altamente éticos, sobretudo no que toca à liberdade. Gostam do sucesso, mas preferem não ser ricos e manterem-se livres. As suas intervenções não cabem num formato de estúdio, mas assemelham-se mais a performances, procuram a rua e vêem-se em palpos de aranha com a competição cerrada que a política (os políticos) lhes vem fazendo. É um facto que a vida política se vem apresentando de forma cada vez mais ridícula, cada vez mais contraditória, cada vez menos… elevada. Os Homens da Luta, como se designam, com razão ou sem ela, com mais ou menos excesso, mais ou menos ridículo, são uma lufada de ar fresco que irrompe por campanhas eleitorais, conferências, manifestações, todo o tipo de eventos. E interrompe, ridiculariza, denuncia. É uma nova e original forma de humor, tão livre que se faz na rua, mas tão eficaz, original e genuína, que não precisa de oferecer o seu produto, é a televisão que vai buscá-los à rua e os transporta para o estúdio.
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