Risoleta C Pinto Pedro
OS BENFEITORES DA HUMANIDADE
Falava-se no outro dia sobre este tema. Havia vários clubes. Os que eram do clube da Madre Teresa, os do Mandela, os do Gandhi, os do Dalai-Lama, etc, etc. A eles nunca lhes deve ter passado pela cabeça que um dia seriam reis do pop, mas a vida é assim.
Passámos assim uma horas a discutir o que é melhor: ser um Buda, ficar debaixo de uma árvore a meditar sem ter oportunidade para fazer mal a ninguém e talvez a fazer bem sem dizer nem à mão esquerda nem à direita, ser uma madre Teresa e andar a curar tudo o que é ferida exterior com a mão esquerda a contar à mão direita, e por aí fora. E depois, subitamente, sem ofensa para os citados, lembrámo-nos de uma coisa: então e o homem que anda a varrer a minha rua? E os meus gatos, esses inúteis que se batem pelos melhores sofás, me enchem a casa de pêlos e me olham com olhares misteriosos? E o limoeiro onde vou buscar limões desde que nasci, umas vezes pedindo-lhe autorização, outras nem por isso? E o verme da terra que devora tudo o que é orgânico e o transforma em adubo? E a ceifeira sem nome? E a tecedeira sem rosto? E eu, mesmo com todos os meus erros, os meus defeitos e as minhas hesitações? E tu, com todos os teus erros, os teus defeitos e as tuas hesitações? E… nós, com a nossa maldade e a nossa inocência?!
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