Eulália sentiu duas mãos por dentro do coração tecendo uma textura de luz, duas misteriosas maternas mãos manipulando o mal, misturando as cores, massajando o medo, mimetizando o mel, murmurejando mil milagres, sulcando, apontando, rompendo, singrando, esculpindo, rodopiando redondas em gestos rituais, anelando artérias, florescendo antúrios, expulsando demónios, induzindo rumores de fosforescência, explosões de sal, raios de sol, visões de vestal, poder animal, sumos de anis, sinais, suspirosos, respirosos ais. Sentiu depois um pássaro leve em voo suave e breve esvoaçando asas tépidas de vento azul esvoaçar, varrer, limpar
e
levar-se. Em direcção a um céu de uma cor inventada por um anjo pintor.

Sentiu nas mãos jubilosos aplacares, e as mãos retirando-se e deixando um duplo de luz, diapasão a vibrar, a pulsar com sangue ou quase quasar.



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