AMOR, EQUAÇÕES E POSTES Falávamos sobre a possibilidade de dois seres se completarem. Helena afirmava: - Não acredito nisso. Isso é que é o impossível. Dois seres que acreditam completar-se estão admitir a sua própria menoridade e incompletude, do conhecimento de si como fragmentos de coisa. De uma mentira. - Então… - Acredito que dois seres se complementem, o que faz toda a diferença… - Como assim? - Um ser íntegro mais um ser íntegro complementam-se. O completamento está ao nível da suficiência; a complementaridade ao nível da excelência. E desenhou na areia uma misteriosíssima e complexa equação cuja fórmula não recordo, mas apenas o resultado, em que 1+1 era igual a infinito. - Helena, bateste com a cabeça nalgum poste? - Claro que sim! Logo à entrada da vida. Afinal, o que é a entrada na vida senão isso?! Levo de vantagem sobre ti que eu sei que bati com a cabeça num poste. v - Adiante. Explica-me isso. - O quê?! Como é que se bate? - Não! A fórmula… - Como sabes, o todo é muito mais do que a soma das partes. É nisso que creio. - Portanto… acreditas no impossível! - Claro que não! - E eu não entendo nada. - É simples: não acredito na possibilidade do impossível, mas acredito na concretização dele. E sorriu. E iluminou-se. Como uma explosão divina brilhou. Eu… sonhei esta noite que batia com a cabeça num poste. E que reformulava e completava a equação de Helena. E que sorria. risoletapedro@netcabo.pt http://risocordetejo.blogspot.com/ |
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