Risoleta Pinto Pedro
Convalescente de um problema de saúde…
… Helena filosofa comigo sobre a experiência. Diz-me que as doenças é quando se cresce como nos estados posteriores às doenças da infância, em que a mãe sempre dizia que ela estava maior…
Por sua vez, ela não se reconhecia, como se tivesse passado a ser outra, normalmente mais magra, mais pálida, mais alta, mais desconhecida, mas ao mesmo tempo mais familiar; também agora, olha-se ao espelho e vê uma valente convalescente… diferente.
- Nada volta a ser o mesmo depois de uma doença, digo, depois de um conflito no corpo, depois de o corpo ter sido, durante algum tempo, um campo de Marte. A consciência fica mais aguda, há um requinte no pensar que não havia antes.
Sabes, no fundo, o que se passa com a doença é que afinal é a reposição da saúde, ou o acréscimo dela.
- E quando o corpo sucumbe?
- O corpo não pode sucumbir porque o corpo não tem vontade própria. Aliás, nem sequer pode adoecer, o corpo apenas nos dá um sinal de que algo não está bem. Mas é sempre na tua mente que tu adoeces e que tu te curas. E digo-te até mais: quando pensas que estás a ficar doente é quando se inicia a possibilidade de ficares bem. A doença é anterior e… invisível.
E concluiu:
- Tudo o que se sente pode ser curado.
- Isso quer dizer que neste momento, que estou com uma dor de cabeça…
- É a tua grande oportunidade de resgatares a tua cabeça!
E deixou-me ali plantada. Com uma gargalhada. Dela, claro. Ainda me dói um bocadinho a cabeça.
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