Falta pouco mais…
… de uma hora para terminar esta última quarta-feira de Dezembro de 2006, ano infinito que, no entanto, como todos os anos e todas as coisas deste mundo, tem seu fim, que é também um novo princípio. Prestes a terminar este ano com a marca do infinito, eis que se aproxima o ano nove, o ano zero, o ano do todo, o ano do nada, o ano do tudo ou nada? É quarta-feira e tem hoje início o último quarto crescente deste ano, o que significa que se inicia hoje o processo da lua cheia; estamos no solstício de Inverno, e tenhamos ou não consciência disso, encaminhamo-nos, com a natureza, para o equinócio da Primavera e o solstício oposto, o de Verão. Já vivemos a noite mais longa, começam agora os dias a crescer, para alívio dos deprimidos. Hoje é dia de S. João, o Evangelista, e daqui por meio ano celebrar-se-á o outro, o que baptizou Jesus; João, o de hoje, foi pescador antes de se tornar o amado discípulo daquele que teria acompanhado na cruz, talvez por isso tenha sido o visionário dos extraordinários relatos do Apocalipse. Então, tem hoje início, nesta quarta-feira, o quarto crescente, em dia de Quarta Crescente e de comemoração de S. João. Começa hoje a inchar a lua, o sol já tem quatro dias, quatro anos, quatro milénios ou quatro infinitos e João, o apóstolo trovão (assim lhe chamaria Jesus) continua vivo no Apocalipse, que o mesmo é dizer-se na revelação, pois é isso o que significa “apocalipse”; no caso, as visões trazidas a João por um anjo. O livro do Apocalipse é um poema, assim como outros belos textos que no mundo se escreveram. É admirável o texto de João, no entanto, cada um de nós, e para isso nos bastaria acreditar no talento para o fazermos, poderia escrever um Livro tão diferente como assim, à saída dos quotidianos sonhos, onde regularmente somos visitados por anjos que nos mostram extraordinários acontecimentos e histórias e cenas e maravilhosos lugares e inacreditáveis seres. Ao pé de alguns sonhos de cada um de nós, o Evangelho de João é uma pálida lenda. João está em cada um de nós e alguns dos nossos sonhos suplantam as visões de João. Assim concluo esta labiríntica crónica construída entre banalidades e sonho, e assim me parece terminar com uma relativamente fiel definição desse extraordinário acontecimento que é a vida. Assim, em quarta crescente, termino este ano de “Quarta Crescente”, onde labirinticamente naveguei entre banalidades e sonhos. Sem extraordinárias revelações, mas em profundo encantamento com esse milagre que é a vida.
A todos/as, desejo um luminoso solstício, um revelador ano realmente novo. Vivido e vivo!
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