UM NATAL MUITO ESPECIAL
Existe, algures no céu, no meio da constelação de Virgem, por altura do solstício de Inverno, celebrado por vários dias, entre 21 de Dezembro e 6 de Janeiro, mas com o seu apogeu na noite de 24 e no dia 25, um Natal muitíssimo especial. É o mais luminoso de todos os natais, as luzes cintilam nas árvores decoradas, a mesa está posta com todos os melhores doces conventuais cozinhados por todas as freiras dos melhores conventos, os chocolates não faltam dentro das caixas de bombons, as músicas suaves sucedem-se nos suaves acordes, em tons de embalar que recordam as canções ouvidas no berço, há lareiras a aquecer os corações e brinquedos espalhados numa carpete de estrelas, anjos sobrevoam os sóis colocados no cimo das árvores (ciprestes, abetos, pinheiros, laranjeiras, limoeiros, lúcia-limas, e enormes arbustos de alecrim, alfazemas, rosmaninhos) deslocando uma suave brisa sobre as cabeças, a qual faz voar levemente os cabelos em carícias nos rostos. Neste enorme regaço da constelação de Virgem não faltam as figurinhas do presépio, nem livros, flautas, e até jogos de um computador muito avançado que vai haver no futuro e em que, quer o teclado quer o ecrã, são virtuais, aí há. Há luz, calor e festa. Não se sabe quem executa este opulento Natal no seio da constelação de Virgem, mas suspeita-se que sejam as mães, reunidas numa enorme conspiração silenciosa preparada no recanto mais secreto dos seus corações. É este o Natal dos meninos que já partiram para a misteriosa viagem e que na noite de Natal se reencontram com as mães sob o benévolo olhar de Virgem, a acolhedora constelação. E assim como na Terra, é Natal no céu.
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