Risoleta C Pinto Pedro Linhagens de luxo
Não temos a mais leve noção da responsabilidade dos nossos actos no desenvolvimento e nas vidas dos outros. Conta João Ferreira, uma das importantes referências da Filosofia Portuguesa que com Agostinho da Silva e António Telmo leccionou em Brasília, que Sampaio Bruno, esse grande pensador portuense e do mundo, enquanto director da Biblioteca Municipal do Porto, reparou num jovenzinho muito interessado na leitura, tendo o director colocado no apoio e orientação ao pequenino leitor todo o seu cuidado. A repercussão foi imensa, pois quando mais tarde, esse menino, que viria a ser conhecido pelo respeitável nome de Teixeira Rego, a dar aulas na Faculdade de Letras do Porto fundada por outro admirável nome da Filosofia Portuguesa, Leonardo Coimbra, quando esse outro menino, respeitável professor de um então jovem Agostinho da Silva, «no final do ano tinha de ler enorme quantidade de dissertações finais de ano», esmerava-se «em se empenhar, como prioridade, na leitura atenta de todas as teses na própria Faculdade. E só depois de lidas todas as dissertações deixava o eléctrico que o levava a casa, em Matosinhos, para aqui se entregar, agora já livre, à leitura e à pesquisa». São palavras do professor João Ferreira, que acrescenta: «A essa forma de agir Agostinho chamava comportamento filosófico, para nos dizer certamente que Teixeira Rego não era um simples burocrata do ensino, mas muito mais do que isso». Isto é, um excelente professor, dedicado, responsável e competente, um filósofo operativo que não se limitava a pensar, mas punha em prática o pensamento, e um professor que alimentava a sua prática pedagógica com persistente leitura e investigação.
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