Acredito que existe um desígnio oculto que nos transcende. Tentarei desvendar este mistério, com todos os riscos que isso implica.

Tenho pensado bastante sobre a missão de Trump. Que mistério conduz este tipo de pessoa à presidência dos Estados Unidos?

Ele está convencido que a sua missão é erguer muros, defender os americanos, fazer a diferença em tudo o que se refere a política externa e interna, liberalizar ainda mais o sistema, transformar o Estado americano numa grande empresa lucrativa, expulsar todos os diferentes, portanto perigosos, dar um rosto ao medo, criar segurança a ferro e fogo e ranger de dentes.

Talvez ele acredite nisso, talvez alguns americamos tenham acreditado nisso e um número mais pequeno acredite ainda, talvez... até alguns europeus, mesmo que não acreditem o desejem, por mais do que obscuras razões.

Mas penso que o desígnio de Trump, ainda que o não pareça, é muito mais elevado, como se ele fosse uma espécie de escolhido. Admito que o Grande Jogador ou Programador das coisas aqui de baixo tenha tido de tapar o nariz do espírito quando o escolheu, mas trabalho é trabalho...

É assim que vejo a missão espiritual deste neanderthal aqui no planeta, um dos muuuuuuuuitos que persistem (não serei eu, às vezes, um deles?) neste civilizado século XXI: acordar muitos americamos do adormecimento em que têm andado, alertá-los para a importância e responsabilidade do momento do voto, abanar os europeus e desviá-los da monotonia do seu umbigo, mostrar os melhores da humanidade (corajosos homens e mulheres da lei e do estado americano que têm ousado discordar e desobedecer ao "líder"), mostrar os melhores governantes do planeta que têm ousado levantar a sua voz e proceder de forma operativa tentando minimizar os estragos e finalmente, last but not least, causar profundos estragos psicológicos, por confusão e estranheza, entre os dirigentes dos movimentos terroristas que não esperavam encontrar um amigo à frente do maior estado inimigo, ajudar Marcelo Rebelo de Sousa a encontrar um elemento de unidade comum a todos os governos e governantes de Portugal (é obra!), e enfim, trazer-nos a nós a certeza de que com os velhos métodos não conseguimos controlar nada, de que sabemos muito pouco, de que já nada é o que era e que é necessário inventar e imaginar novas formas de criarmos o mundo que queremos, porque as antigas que temos vindo a repetir dão nisto que se vê. Talvez a missão de Trump seja, paradoxalmente, despertar em nós o melhor que ainda está para vir: a imaginação, o novo, a substituição de uma velha pele, de que ele é uma inquietante e expressiva caricatura. http://aluzdascasas.blogspot.com/
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