2015-03-11



Risoleta C Pinto Pedro


A cabra e a fénix



Terminada a festa do Carnaval (eu tenho a sensação que agora é sempre Carnaval, desde que começaram a aparecer pessoas por todo o lado, no Natal, mascaradas de Pai Natal, é um imenso Entrudo, descontrolado e incontinente), de qualquer modo, simbolicamente entrámos na Quaresma e quase ao mesmo tempo no novo Ano Chinês, ou da cabra. O que tem alguma relação.

É que, como disse uma amiga, sendo a Quaresma a lembrança da transitoriedade da vida, a vida como cinzas, por sua vez as cinzas são o terreno de onde renasce a fénix. Tudo isto tem a ver com chão. Do pó ao céu, porque é do chão pulverizado em pó que a fénix se eleva. Por sua vez, a cabra, com o sofisticado e inimitável design e tecnologia com que foram concebidas suas patas eleva-se sobre as sólidas e escorregadias pedras e eleva-se ao mais alto rochedo da serra, de onde contempla o voo da fénix. Eloquente lição para os humanos. Aprender com os animais e com os símbolos a ver o pó como céu e a rocha como altar de contemplação. A humildade como caminho para o trono. E o altar.

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