Risoleta C Pinto Pedro

Não é uma declaração banal. Esta atitude tem grandes implicações na própria experiência de vida. Porque para haver experiência é preciso que aquele que experimenta ao mesmo tempo observe. Nós e o nosso duplo, sendo que esse também somos nós. E como a vida também é nossa (ou pelo menos emprestada), nós somos a vida, o observador e a experiência.

Somos nós, enquanto experimentadores, que cumulativamente criamos a experiência e a vivemos. E observamos. Vive a tua vida como observador, experimento e experimentador.

Isto reduz, a pelo menos metade, o dramatismo com que normalmente olhamos os acontecimentos. Porque tudo adquire uma natureza diferente. Não é totalmente a sério. É só para vermos o que resulta, é só para aprendermos. Connosco mesmos: ao mesmo tempo aprendizes e mestres. Vive a tua vida como um aprendiz. Vive a tua vida como um mestre. De ti mesmo. Vive a tua vida como uma criança encantada com este sofisticado laboratório de experiências proporcionadas até ao que considerarmos o nosso limite. Ou ao infinito. Vive a tua vida como o mágico que mostra à criança, que também és tu, os truques de prestidigitação já tão batidos, já tão gastos pelos séculos, que só mesmo uma criança ainda se encantaria com eles.

Sê essa criança. E a vida, comovida, cair-te-á aos pés.

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