2013-05-08



Risoleta C Pinto Pedro


Do ouro à fruta

Já se devem ter apercebido, não sei se este fenómeno se passa só em Lisboa, mas por aqui proliferam atualmente as frutarias a uma velocidade maior que aquela com que têm aparecido as lojas de compra de ouro e valores e há uns anos atrás os bancos. Que fenómeno é este?, comecei eu por pensar. A nova era? Estão já todos a tornar-se vegetarianos? Tão depressa?! Ou é a crise que leva as pessoas a optar pelo mais económico? Ou estão as pessoas a seguir o conselho daquela senhora e das suas considerações sobre os pobres e os bifes, etc? Assim fui discorrendo, mas contente, porque me são bem mais simpáticas as frutarias que as lojas de ouro ou os bancos.

Até que… a minha filha a quem eu tentei manter o maior tempo possível na inocência de acreditar no Pai Natal e durante anos mantivemos acesas discussões em que eu procurava provar-lhe que ele existia e ela a mim o contrário, veio desfazer esta minha bela ilusão acerca das frutarias e da crescente simpatia da população pelas frutas e pelos vegetais. Disse-me ela que a fruta não paga imposto, daí esta proliferação. Temos tido discussões acesas como no tempo antigo do Pai Natal em que eu tento provar-lhe que isso não é verdade e ela se obstina em retirar-me da minha inocência. Mas não há-de ganhar! Porque ainda hoje acredito no Pai Natal. E no ouro da fruta.



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