2017-06-27



Risoleta C Pinto Pedro


QUE SACO!

O jovem casal vinha sendo assediado por telefonemas de uma proveniência cujo primeiro contacto recusara. Recusavam também as insistentes chamadas, porque não estavam interessados no produto que pretendiam vender-lhes. Mas um dia ela começou a pensar que uma máquina de café, agora que a outra se tinha avariado, lhes daria jeito. Mas para isso teriam de aceitar ter o cartão e crédito da instituição bancária com nome estrangeiro e muito fino que obriga a dobrar a língua para o pronunciar bem, de que não eram clientes. É gente de boas contas, sem dívidas, compram apenas o que podem, e não estavam muito interessados num cartão de crédito. Mas na máquina de café sim, o que os levou a ponderar atender, a ponderar aceitar o cartão e o brinde associado: a máquina de café. Assim foi, o negócio ocorreu ao telefone, logo nesse contacto a funcionária confirmou que a jovem com quem estava quase a fechar contrato, não fazia parte da lista de incumpridores de crédito do Banco de Portugal, o que para a própria era uma evidência, mas que, compreendia, carecia de ser confirmado pelo Banco. O que aconteceu e o negócio fez-se. Ficou à espera de receber o cartão que viria, posteriormente, a ser activado. Mais ou menos toda a gente sabe como estas coisas funcionam. Passados uns dias recebe uma carta referindo que nesse momento não seria possível atribuir-lhe o cartão de crédito (a propósito do qual haviam feito um verdadeiro assédio com telefonemas até à quase exaustão), pois a jovem teria registo de incumprimento na base de dados da Central das Responsabilidades de Crédito de Banco de Portugal!...

Mesmo sabendo tal ser real e tecnicamente impossível, não deixaram de ficar incomodados, dirigindo-se logo no dia seguinte ao Banco de Portugal.

Aí lhes foi dito não possuir nenhum dos membros do casal qualquer incumprimento, e que todos os dias lhes apareciam pessoas na mesma situação, sem sombra de incumprimento, com a mesma carta, enviada pelo mesmo Banco!

Seria cómico se não fosse grave. Não me parece, pelo que soube, que o Banco de Portugal esteja a fazer alguma coisa relativamente a estas situações, e entretanto as pessoas vão continuando a ser burladas, assustadas e insultadas com declarações falsas por intenções obscuras, ou a que eu não consigo "chegar". Pela repetição dos casos, não acredito na versão da incompetência. Mas é inquietante, sobretudo imaginando o que poderá estar por trás...

Realmente, mais vale beber café de saco do que cair neste saco de borras de café.

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