Quando inicio a redação desta crónica da Unicepe, a 527ª,
ainda não sei quem vai colocá-la online.
Eduardo Pinheiro
partiu.
Nada sabia da vida dele, nem do seu estado de
saúde, e por isso para mim ele era eterno.
Foi um duplo
choque quando vi a notícia de sua morte.
Porque não estava
à espera, porque uma pessoa eterna não morre e pelo facto
em si, no que significa em termos de interrupção, para a
sua própria linha de vida e para a sua família.
Pela sua
forte e antiga ligação à Unicepe, não consigo imaginar a
consternação entre os seus numerosos amigos.
Aqui deixo os
meus sentidos pêsames a todos os que o conheceram e amaram.
“Conheço-o”, ou melhor, sei da sua existência desde seis de
Abril de 2005, data em que foi publicada a primeira crónica
da “Quarta-Crescente” nesta página, mas não o conheci
presencialmente.
Para mim, era um ser eterno que colocava
as minhas crónicas na página da Unicepe.
Por isso, fazia
parte do meu mundo, de uma das melhores partes do meu
mundo.
Por vezes, quando alguma crónica lhe agradava em
particular, fazia um comentário simpático.
Outras vezes,
limitava-se ao que era a sua competência: colocar online o
que eu enviava.
E já era tanto! Foi sempre gentil, educado
e paciente.
Apesar de nunca o ter visto, sabia que não era
uma máquina, era uma pessoa que lia e sentia.
Umas vezes
expressava, outras não.
Vi a notícia da sua partida no Facebook, mas a página
oficial da Unicepe está muda quanto à sua ausência, como se
nada tivesse acontecido.
Não há que estranhar, era ele que
a alimentava.
Agora, na nuvem onde está, não tem acesso à
nuvem onde se encontra o sítio da Unicepe, como acontecia
às vezes quando estava de férias em determinados locais e
era preciso esperar alguns dias até ter acesso à página.
As
nuvens têm as suas limitações.
Convém, quando virmos a
página atualizada, sabermos, e não cedermos a falsas
esperanças, que alguém o fez por ele.
Mas que foi ele que a
criou por nós.
Obrigada, Eduardo Pinheiro!
Seja feliz onde
estiver!
Eu aprendi, nestes dias, que é possível sentir a
ausência de alguém que nunca conhecemos…
14 de janeiro de 2025
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