Numa sessão da Sociedade Portuguesa de Autores, recentemente realizada e dedicada à escrita para música de cena (libretos para cantata, ópera) em que fui convidada a reflectir em voz alta sobre esta prática, o que fiz conjuntamente com Jorge Salgueiro, compositor com quem tenho tido o privilégio de trabalhar, falava-se sobre criação para crianças. A nossa opinião, coincidente (e nem sempre partilhada por quem teria a obrigação de entendê-lo), é muito clara: a escrita para crianças, quer musical, quer literária, e falamos apenas destas duas áreas artísticas porque são aquelas que melhor conhecemos enquanto criadores, não tem que fazer concessões de facilitismo ou infantilizar as linguagens. A experiência tem-nos provado ser essa uma atitude justa. A linguagem textual apresentada às crianças nas obras que criámos tem sido complexamente poética e simbólica, e tem sido musicalmente erudita, isto é, qualquer uma das obras, embora uma mais do que outra, até pela temática, pode perfeitamente transformar-se num espectáculo para um público adulto; no entanto, tem tido como público salas repletas (e silenciosas, e atentas) de crianças entre os quatro e os catorze anos, sensivelmente. Vimos isso em espaços como o Forum Lisboa, no Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, vimos isso no Teatro Rivoli e no Coliseu do Porto. Entre outros. |
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