CASTANHEIRO DE PODENTE
Encobre a figueira
e a maldição da Bíblia
e, tão sozinho, longe
de souto milenário,
(serás guarda avançada
ou último guerreiro?),
por entre lanças verdes
recortadas,
os punhos
cerrados na agressão
dourada dos ouriços,
no Outono vais abrir
os dedos generosos.
Tombam frutos brunidos
ao sol quente de verão
no regaço de pedra
que os musgos recobriram.
MANUEL AMARAL
in Gentes, Terras, Dia a Dia, UNICEPE, Porto, 2003
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