Lançamento do livro "VER não custa, o que custa é saber ver", de Helena Carla Gonçalo Ferreira
Helena Carla Gonçalo Ferreira, nasceu em Angola, em 1969. Com dois anos, mudou-se para Trás-os-Montes, onde viveu durante grande parte da sua vida. Atualmente reside em Valongo (Porto).É autora dos livros para crianças "Lénita e o Principezinho Coração de Prata" e "Ti Manel Xeringa", editados, respetivamente, em 2008 e 2011.É Licenciada em Psicologia Organizacional - Vertente Recursos Humanos, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Bragança, Pós-Graduada em Gestão de Organizações sem Fins Lucrativos, Curso de Especialização na Escola de Gestão do Porto - University of Porto Business Scholl e Mestre em Ciências da Comunicação - Publicidade e Relações Públicas, pela Universidade do Minho, sendo este livro o resultado da investigação realizada durante o referido Mestrado na UM, e apresentado como Tese de Dissertação, com ligeiras alterações.
Sobre a obra:
A obra "Ver não Custa, o que Custa é Saber Ver", resulta de um estudo sobre
a comunicação visual do teatro de revista à portuguesa. A investigação desenvolvida
no âmbito do mestrado em Publicidade e Relações Públicas teve como principal
objectivo a análise de cartazes, panfletos e outros suportes visuais associados ao teatro
de revista à portuguesa do Parque Mayer, em Lisboa, durante o período compreendido
entre 1926 e 2011. "Se este género é essencialmente de crítica social e política, o que
nos revela a sua comunicação visual? As conclusões mostram que esta funciona ela
própria como critica político-social, surgindo como primeiro 'cartão de visita' junto
da população, uma vez que apresenta as peças antes da estreia", explica a autora da
obra de 220 páginas editada pela Chiado Editora.
Das 71 imagens de publicidade analisadas, surgiram seis categorias:
'Machismo: a mulher como objecto de prazer', 'Representação das províncias
ultramarinas', 'Presença do Zé Povinho', 'Cultura popular', 'Cenas, locais e produtos
do quotidiano' e 'O Parque Mayer, os seus teatros e o Teatro de Revista'. "A crítica
social e, principalmente, política é muito mais evidente e visível a partir do 25 de
Abril de 1974, como se pode verificar pela presença assídua do Zé Povinho. Nos
materiais de divulgação, a crítica é visível, directa e sem subterfúgios", acrescenta
Helena Ferreira.
Para além de permitir um maior entendimento da comunicação visual do teatro
de revista à portuguesa, este estudo pioneiro contribuiu para uma melhor
compreensão da história e da sociedade portuguesa, já que as imagens reproduzem e
comunicam o ambiente sociopolítico de cada época. Na contracapa do livro, pode ler-
se a opinião do encenador Castro Guedes: "Há muito que a revista à portuguesa devia
ser conservada e protegida. Esta falha do Estado na vida artística acentua-se na e com
esta obra, ajudando a perpetuar em registo o que alguma intelectualidade lusa recusa
aceitar ou classifica como coisa menor. Sobretudo quando e porque estamos numa
grave circunstância histórica de perda da nossa independência e identidade
nacionais".
Helena Carla Gonçalo Ferreira, de 45 anos, é natural de Angola. Viveu
durante grande parte da sua vida em Trás-os-Montes, tendo exercido funções de
assistente técnica durante 16 anos num hospital público desta região. Actualmente
reside em Valongo, no Porto. É licenciada em Psicologia Organizacional - Vertente
Recursos Humanos pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Bragança,
pós-graduada em Gestão das Organizações sem Fins Lucrativos pela Porto Business
School e mestre em Ciências da Comunicação - Publicidade e Relações Públicas pela
UMinho. Helena Ferreira é ainda autora de alguns trabalhos científicos na área da
comunicação e do marketing público e não lucrativo.