2024-06-05, quarta-feira, 18h00:
Lançamento do livro OS MEUS QUERIDOS ATORES - VOLUME I,
de Salvador Santos


Vídeos da sessão:



Salvador Santos

    Produtor e gestor cultural.
    Nasceu em Lisboa, 1949.
    Foi animador cultural, ator e encenador entre meados dos anos 60 e princípios de 70, em Lisboa, numa coletividade (Vitória Clube de Lisboa) do bairro da Picheleira. Entre 1971 e 1973 estagiou como ator na Companhia Teatral de Angola, em Luanda.
    Iniciou a sua atividade profissional no teatro em finais de 1973, tendo desempenhado até ao início da década de 1980 funções de ator, ponto teatral, técnico de som, técnico de luz e diretor de cena em diversas companhias e grupos de teatro.
    Em 1981 ingressou no Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) como ponto teatral, função que ocupou até 1987, ano em que se tornou assistente de diretor de produção, acumulando posteriormente este cargo com o de adjunto de diretor técnico.
    Nas décadas de 1980-1990 foi repórter, autor e animador de rádio na Rádio Comercial, Rádio Renascença, Rádio Mais e Rádio Festival.
    Integrou a direção da Associação de Trabalhadores do TNDMII, a partir de 1985, após a sua passagem pela direção do Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo.
    Em 1991 assumiu as funções de diretor de produção do TNDMII, desempenhando-as ininterruptamente até agosto de 1997.
    Foi, igualmente, entre 1991 e 1993 diretor de produção do FIT – Festival Internacional de Teatro, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura.
    Na década de 90 produziu ainda ópera no Teatro Nacional São Carlos e televisão para a RTP, comissariou exposições de artes plásticas no Rio de Janeiro e em São Paulo e dirigiu digressões de espetáculos portugueses por terras de Espanha, Bélgica e Brasil.
    Em setembro de 1997 foi nomeado subdiretor geral do Teatro Nacional São João (TNSJ), responsável pelo pelouro da produção e da técnica, cargo que exerceu até setembro de 2000.
    Em 1997, 1999 e 2004 foi diretor de produção do festival PoNTI (Porto. Natal. Teatro Internacional), organizado pelo Ministério da Cultura.
    Entre 1998 e 2000 foi membro da direção da Associação Amigos do Coliseu do Porto, em representação do Ministério da Cultura.
    Entre maio e dezembro de 2001 exerceu o cargo de diretor de produção de Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, regressando depois, nessa mesma qualidade, ao TNDMII.
    Em setembro de 2002 regressou ao TNSJ, como subdiretor geral.
    Em 2003 e 2004 foi professor de produção cultural nos cursos de pós-graduação em Gestão Cultural promovidos pela Associação Portuguesa de Gestão Cultural.< Em 2013 e 2014 foi professor de produção cultural nos cursos de mestrado em Produção e Encenação da ESAP-Escola Superior Artística do Porto.
    Em 2007, com a integração do TNSJ no Setor Empresarial do Estado, com o estatuto de Entidade Pública Empresarial, é nomeado vogal do seu Conselho de Administração, cargo que ocupou até 2014.

    Em 2015, até atingir a idade da reforma, exerceu as funções de diretor de produção do TNSJ. Já reformado, programou e dirigiu o Festival de Teatro José Guimarães (edições 2018, 2019, 2021, 2022…), em Vila Nova de Gaia, e colaborou com os jornais Audiência Grande Porto e Gaia Semanário. Em 22 de outubro de 2021 foi agraciado pelo Governo de Portugal/Ministério da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural.

Apresentação
    Em Os Meus Queridos Atores, Salvador Santos escreve uma carta de amor a um ofício, a interpretação, dividindo-a em dois tomos. “Dispensei sempre cuidados especiais por aqueles que são, para mim, o elo principal de toda a cadeia de valores da ação teatral: o ator.” Neste primeiro volume, reúne um conjunto de biografias amorosas de atores e atrizes com quem trabalhou, de Mariana Rey Monteiro a Canto e Castro, de José de Castro a Fernanda Alves, de Camilo de Oliveira a Eunice Muñoz. Todos já desaparecidos do palco da vida, mas “parceiros nos meus pensamentos, personagens nos meus sonhos”, depositários das suas afinidades eletivas.
    Definindo-se como “fazedor de teatro”, Salvador Santos treinou a mão em quase todos os domínios da criação teatral, em mais de cinquenta anos de trabalho. De ator a contrarregra, de ponto a diretor de cena e gestor, o seu trajeto também se fez na produção de festivais (citem-se as três edições do PoNTI no TNSJ), espetáculos de ópera, televisão e exposições de artes plásticas. Deixou a sua marca nos dois Teatros Nacionais e em diversas companhias e grupos de teatro, mantendo-se ativo na área da gestão e produção cultural.

Texto de Roberto Merino

    O amigo, cronista e homem de teatro, Salvador Santos edita o seu livro Os Meus Queridos Atores – Volume I. Há uma amizade que me liga ao Salvador desde os seus tempos de Administrador, Diretor e Produtor no TNSJ, junto a ele fizemos possível na direção artística de Nuno Carinhas, consolidar o Ciclo das Escolas de Teatro no TNSJ, isto é a apresentação pública dos espetáculos dos finalistas das escolas de teatro do Porto. Assim os finalistas de estudos superiores e profissionais, podem representar nas três salas do TNSJ os seus exercícios de graduação final. Este ciclo foi iniciado há mais de uma década e se afirma como uma das programações fixas da nossa primeira casa de teatro da cidade do Porto.

    «Já lá vão mais de cinquenta anos desde o dia em que me iniciei como fazedor de teatro, primeiro como amador e depois como profissional. (…) em todas as funções que exerci dispensei sempre uma preocupação maior e cuidados muito especiais por aqueles que são de facto, para mim, o elo principal de toda a cadeia de valores da ação teatral, desde a pré-produção à última exibição dos espetáculos: o ator.»

    Com estas notas, Salvador Santos, abre o prefácio da apresentação do seu livro, Os Meus Queridos Atores - volume I. Durante alguns anos partilhei com o Salvador uma coluna, numa mesma página do Jornal Audiência/Gaia, as minhas crónicas chamadas Palco, ele titulava as suas No Palco da Saudade – talvez esboço embrionário do seu livro – eram as suas memórias dos atores que marcaram a sua vida profissional como colegas e como espectador.
    Hoje essas memórias compõem o primeiro volume que neste livro inclui 143 nomes, de épocas e movimentos passados e contemporâneos.
    Ao ler, me reencontro com alguns deles que tive a sorte de conhecer e com os quais partilhei emoções; a sempre boa recordação de Eunice Muñoz, de Paulo Renato numa noite em Lisboa no Teatro Aberto, António Rama no Porto, dos atores prematuramente idos Carlos Daniel e António Assunção, e esperando no segundo volume uma nota de vida do dramaturgo e ator açoriano Carlos Wallenstein, o meu sempre querido anjo da guarda na Gulbenkian, quem sempre apoio os meus projetos. E há mais, claro, tantos outros que tive a fortuna de os ver no palco representando as vidas de outras personas.
    Sem dúvida, será este livro material excelente para um historiador de teatro, para um jovem em formação superior, para um estudante de literatura ou enfim, para qualquer um que se deixe levar pela arte de Talma.
    O nosso amor aos atores manifesta-se nos aplausos, na nossa presença nos espetáculos, no respeito e fidelidade ao seu trabalho no palco, desejando a continuação dos seus percursos artísticos e, guardar para sempre na memória momentos inesquecíveis como espectadores.
    Obrigado ao Salvador Santos e um Bem-Haja por esta generosa oferta!

    Roberto Merino




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