AUTÓPSIA DE UMA VIDA DESCONTENTE
SINOPSE
O presente trabalho surge na sequência de um caso de autodestruição, do suicídio de um indivíduo que era um elemento central de um grupo de amigos e colegas, com práticas sociais, culturais e profissionais comuns, que os deixou atónitos e incrédulos pelo seu ato.
Longe de qualquer cogitação, a nenhum dos seus amigos e familiares passaria pela cabeça, que algum dia viesse acontecer tal comportamento suicida ao Francisco. E isto apesar dos seus queixumes, lamentações, frustrações e desilusões que foram sendo conhecidas ao longo dos tempos, nas suas sociabilidades e contexto profissional mais recentes.
Francisco, de seu nome, era um homem algo reservado, principalmente no atinente ao seu interior, às suas questões mais íntimas e privadas; muito ligado à “paródia” entre amigos e à partilha de momentos conviviais, por ele estimulados e animados, sem que por isso fosse sentido como “histriónico ou bobo da corte”; acima de tudo, ele era um homem solidário, sempre disponível para ajudar e colaborar em soluções que as pessoas ao seu redor lhe apresentavam. Um “solteirão e bom vivant”, como o julgavam os amigos e colegas de ambos os sexos; e profissionalmente muito competente, como era considerado pelos colegas de profissão.
Foram, portanto, todos este amigos e colegas que eram o seu mundo social, profissional e de afetos, que após a sua partida sem um qualquer adeus ou um até à vista, quiseram falar, pronunciar-se com os seus testemunhos, no sentido de se encontrarem eventuais respostas aos seus infindáveis porquês que sustentaram o seu desaparecimento voluntário.
Conheciam algumas das suas estórias de vida, inclusive a existência de “escritos” avulsos que o Francisco ia guardando na sua eventual “caixa de segredos”, mas à qual ainda nenhum deles teve acesso. Nem qualquer informação sobre tais registos mais íntimos.
É com esse trabalho de campo, de investigação e análise, realizado pelo autor ao longo destes últimos tempos, que se pretende satisfazer tal ambição coletiva, ou seja, encontrar possíveis respostas aos muitos questionamentos que a sua “morte equívoca” levantou. Por tudo isto, a ambição máxima deste debate e reflexão crítica ao longo das suas cerca de 120 páginas, é desvendar as motivações da sua autodestruição e encontrar algum sossego a partir das respostas por que todos anseiam, ainda que não se tenha a veleidade de as considerar encerradas.
José Simões
Trabalho de investigação, um estudo de caso sobre o suicídio, após ter produzido e lançado um outro, dedicado ao tema que lhe é muito caro, “A banca e os banqueiros que o país tem” (2015), como corolário da sua tese de mestrado, em sociologia.
Entretanto, tem-se dedicado ao trabalho de recolher “Histórias de Vida”, construídas e vividas nos socalcos do Douro, no “terroir” que produz o “melhor vinho do mundo”, o vinho do Porto, e que se encontram publicadas nas revistas “Douro-Vinho, história e património”, propriedade da APHVIN/GEHVID (Associação Portuguesa de História do Vinho e da Vinha).
Em complemento a este trabalho de investigação, de índole sociológica, o autor mantém-se ligado, entre outros, a Congressos sobre vitivinicultura com artigos publicados e debates/congressos sobre investigação social, psicologia e doenças mentais.
Para trás ficam o seu ensaio crítico intitulado “S. Tomé e Príncipe, um paraíso ainda sem rumo” (2011/2012); “Retrato Social da População de Campo de Madalena (Viseu)”, nele debruçando-se sobre as características políticas, sociais e culturais, que construíram, nas Beiras, o rótulo jornalístico de “cavaquistão” (2013); vários artigos de análise crítica do setor bancário (contexto financeiro, laboral e sindical), publicados na Revista do Sindicato Bancários do Norte (SBN), entre 2009 e 2014.
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