João-Maria Vilanova – Enquanto essa chuva não parar de chover.
Nóssomos, Luanda, 2019.
Dois exemplos, de áreas distintas, mostram como ainda hoje o pseudónimo é mais que um direito assegurado pela lei: Elena Ferrante e Bansky. No caso da escritora italiana, estaria em caso o desejo de preservar a privacidade e a tranquilidade; quanto a Bansky, o motivo terá provavelmente a ver com a segurança e o desejo de evitar complicações legais (que a consagração mundial entretanto alcançada não afastará completamente). Em ambas as circunstâncias, muitos jornalistas (pouco dignos desse nome) não se têm poupado a esforços para decifrar aquilo que entendem ser um enigma: sobre Bansky ainda não há certezas, mas Ferrante foi há anos identificada por Claudio Gatti como Anita Raja.
Vem isto a propósito de João-Maria Vilanova, pseudónimo de alguém que desse modo quis permanecer anónimo e cuja identidade só viria a público depois da sua morte. As razões para a adoção do pseudónimo terão sido provavelmente, pelo menos de início, uma mistura das de Ferrante e Bansky, mas a partir de certa altura creio que adquiriram outro significado, independente até da vontade do autor: nos caminhos nem sempre claros da pós-independência, nem sempre uma figura com o percurso biográfico do cidadão por trás de Vilanova encontraria acolhimento inequívoco no quadro da literatura angolana. Ora, a manutenção do pseudónimo – que, note-se, não se confunde com o anonimato – equivale de algum modo à defesa do texto e da literatura. Numa linha próxima da chamada morte do autor, proclamada por correntes teóricas diversas que vão do Formalismo Russo ao New Critiscism, a atitude de João-Maria equivale a dizer que o texto deve ser lido independentemente do autor.
E o texto é inequivocamente angolano: porque se integra numa tradição angolana, com a qual dialoga de muitas maneiras; porque usa uma linguagem angolana; porque trabalha temas e motivos que, sendo muitas vezes de alcance mais vasto, são de raiz angolana. E isto é válido tanto para Enquanto essa chuva não parar de chover quanto para os cinco livros de poesia publicados anteriormente (Vinte Canções para Ximinha, 1971; Caderno dum Guerrilheiro, 1974; Mar de minha terra & outros poemas, 2004; 7 flagrantes da verde savana, 2013; 7 poemas da acácia rubra florindo, 2013) e para o volume Os contos de Ukamba Kimba (também de 2013). Refira-se que os últimos volumes tinham ficado inéditos, devendo-se a sua edição póstuma ao trabalho de Pires Laranjeira (e da sua equipa) e de José Luandino Vieira.
Passando ao livro mais recente, observe-se que dos 32 poemas que integram Enquanto essa chuva não parar de chover só três estão datados, sendo os limites extremos 1956 e 1973. Além disso, é de supor que “Justiça em Los Angeles” tenha sido escrito em 1991 ou pouco depois, uma vez que toma por base o caso de Rodney King, um trabalhador afro-americano da construção civil que foi detido e violentamente espancado pela polícia, sob a acusação de excesso de velocidade, a 3 de março desse ano. Mas apesar do mais de meio século que nos separa dos mais antigos, todos estes textos conservam a frescura e a novidade de uma linguagem aguçada, em busca de uma verdade que supera a barreira do tempo e do espaço.
O título é, pelo menos à primeira vista, um tanto estranho: por um lado, o enunciado parece não estar completo, deixando de algum modo suspenso o “enquanto”; por outro, o poliptoto sugere um registo popular que surpreende num título. Seja como for, fica a ideia de que a queda “dessa” chuva corresponde a uma fase que ainda está em curso e que, portanto, impede que se avance para a etapa seguinte. Creio que o sentido se torna mais claro se atentarmos na epígrafe geral da obra: “Ninguém impedirá a chuva”. Trata-se dos dois versos finais do poema “Aqui no cárcere”, de Agostinho Neto, datado de julho de 1960, da Cadeia da PIDE de Luanda. Vejamos as duas últimas estrofes de Neto: “Aqui no cárcere/ a raiva contida no peito/ espero pacientemente/ o acumular das nuvens/ ao sopro da História// Ninguém/ impedirá a chuva.” A chuva que não para de chover é, portanto, a chuva da revolta, produto das nuvens que se foram acumulando “ao sopro da História”. E é precisamente de causas e de casos de revolta que fundamentalmente nos fala o livro de Vilanova, através de um sujeito que fala do outro e pelo outro – o africano, o colonizado, o negro; que fala do passado e do presente; que fala de Angola, de África, do mundo.
Percebe-se assim que a obra comece pelo princípio, pelos primórdios da colonização, com uma “Carta para Henrique o Navegador” em que o sujeito, recriando a linguagem da época, expõe com amarga ironia as contradições e a hipocrisia do discurso cristão do poder: “Quanto a minha alma oh/ quanto a minha alma oh/ branca & pura/ vós ma conseguiste salvar/ mesmo/ na horinha/ do embarque em/ navio negreiro/ segundo os rituais/ prôprios para cais” (p. 17). Essa denúncia é ampliada no poema seguinte, “Carta para el-rey Manoel Senhor d’Etiôpia e Pérsia e Índia e também da Guiné da parte de sua Majestade o Rei do Kongo”: “Entretanto/ ngangas & missionários/ vários dos vossos por vós enviados/ negoceiam descaradamente/ em escravo/ no intervalo de seu munus dito desvelo do Senhor” (p. 19).
Esse foi um povo sujeito a um “Exodus” (p. 23) em sentido contrário ao do povo hebreu, num caminho em que Moisés foi substituído por “(…) antigo funante/ pombeiro cantineiro soldado aviado/ onde que nesses reynos/ da sebasta conquista & do resto” (p. 23). Esse foi um caminho de violência, estampada na longa lista de objetos usados como instrumentos de castigo e de tortura que forma o poema “Something is missing ou adereços sem endereço”. Apostando tudo na referencialidade, tal poema testa os limites da poesia e da linguagem: omitindo os outros elementos da frase, sinaliza de facto que “Something is missing” – o sujeito que usa tais “adereços”, o verbo que os anima e o complemento a que são aplicados.
No mesmo registo universalizante, Vilanova retoma textos e figuras da cultura negra dos Estados Unidos, como o Muhammad Ali do épico combate de 1974 disputado em Kinshasa e que ficaria conhecido como “The rumble in the jungle”. Sublinhando o que Ali representava – esse “que antes ele se chamava de/ Cassius Clay só/ e era apenas/ e era apenas/ negro” (p. 34) –, Vilanova reforça o significado da personalidade através do uso de uma epígrafe de Nicolás Guillén. Trata-se de uma passagem da “Elegía a Jesús Menéndez”, em cuja base esteve o assassinato em Cuba de um líder sindical negro, abatido pelas costas por um capitão. A passagem completa da epígrafe encerra uma profissão de fé no exemplo de Jesús Menéndez: “Jesús levanta su puño poderoso como un seguro martillo y avanza seguido de duras gargantas que entoan en un idioma nuevo una canción ancha y alta, como un pedazo de oceano.”
Outro caso é o de “Eu também sou América” – verso em português do conhecido poema “I too”, de Langston Hughes –, em que a confiança do autor do Harlem Renaissance dá lugar a uma certeza amargurada: no poema de Hughes, temos “Besides,/ They’ll see how beautiful I am/ And be ashamed –”, ao passo que Vilanova termina com “Agora/ aguardo sozinho no corredor da morte/ a tal injecção letal que me porá KO/ por um crime que afinal nem cometi/ Mas minha sorte há-de mudar/ minha sorte há-de mudar/ I don’t want to be just an/ afro-american” (p. 32).
Alternando entre um registo mais concreto e mais abstrato, mais local e mais universal, Vilanova denuncia também acontecimentos concretos, como o massacre de Pidjiguiti, ocorrido em agosto de 1959, contra marinheiros e estivadores de Bissau que estavam em greve. Noutros poemas, o que está em causa é uma instituição, como o contrato (uma forma de trabalho forçado comum na África portuguesa) ou o “Apartheid”, esta num poema que termina com um verso que constitui a transcrição fonética de uma forma de intimidação dirigida ao negro: “Kaffir waar’s jo pass” (p. 40). Lembre-se que o termo em causa motivou, nos anos 60 do século passado, um conjunto de crónicas de José Craveirinha, publicadas em A Tribuna a propósito da expressão galinha à cafreal. Lembre-se também, num triste sinal da difícil mudança das instituições, um caso ocorrido a 28 de março de 2018 e amplamente noticiado pela imprensa internacional (mas não, que me tenha apercebido, pelos jornais ou televisões de Portugal): a condenação na África do Sul de Vicki Momberg, agente imobiliária, branca, a quatro anos de prisão (três efetivos e um suspenso), pelo facto de, na sequência de um assalto por “smash and grab” ao seu automóvel, ter insultado o agente policial, negro, que a assistiu e tentou acalmar, com a palavra kaffir, proferida por 48 vezes. Segundo o The Guardian:
A video clip went viral following the incident in 2016 when the police officer tried to help Momberg after thieves broke into her car at night at a shopping centre.
It showed her saying she wanted to be helped by a white or ethnic Indian officer, and that black people were “plain and simple useless” and “they are clueless”.
A saída para este estado de coisas é a luta armada, tanto mais que, entre “A bala & a fome”, “bala ela é mesmo cafofa/ bala ela é mesmo cegueta/ fome/ fome não/ fome ela sempre t’encontra/ tu não tem como escapar” (p. 59). É o que sugere também a AK-47 que constitui a resposta a “Adivinha I” (p. 51).
Em síntese, podemos dizer que a poesia de João-Maria Vilanova não andará assim tão longe do modelo do Horácio da Epistula ad Pisones: só que o autor angolano prefere a mukanda à epistula, o “camarada aprendiz” aos Pisones, e uma forma muito diferente de “limæ labor”, indo da “plaina grande” à “mais estreita”, para terminar na “só lixa” que permitirá que “bocado de madeira/ ele vai/ tu falar” (p. 47). Por outro lado, ao “utile dulci” do venusino diz a madeira de Vilanova: “eu sei/ da nossa utilidade”, “eu quero ser/ o tampo alargado/ da tua mesa nova/ em tua nova casa/ de operário/ aprendiz” (p. 49). Podendo parecer ultrapassado, este é um modelo de poesia que continua a fazer sentido e a fazer-nos falta – sejamos nós angolanos, portugueses ou de qualquer outra nacionalidade.
Porto, Unicepe, 29 de janeiro de 2020
Francisco Topa
JOÃO-MARIA VILANOVA visto por escrito
Tudo o que eu poderia dizer sobre a personalidade e a obra de João-Maria Vilanova foi dito numa comunicação intitulada Identidade e estilo em João-Maria Vilanova, que apresentei, há alguns anos, num colóquio de homenagem organizado pelos professores Pires Laranjeira e Lola Xavier na Universidade de Coimbra. Nele estiveram presentes, além dos familiares do homenageado, os colegas da adolescência, em Luanda, Luandino Vieira e Arnaldo Santos; e também a malograda professora universitária Cristina Melo, sua vizinha de residência em Vila Nova de Gaia, que haveria de morrer, de suicídio, como morreu Vilanova, então ainda João de Freitas.
O meu relativo convívio, na década de 90, com o advogado João de Freitas, residente em Vila Nova de Gaia, feito de bastantes cartas e poucos contactos pessoais, só permitiu que eu conhecesse o poeta que ele era, João-Maria Vilanova, após a sua morte deliberada, em 2005. E se foram escassos os nossos encontros, nunca anunciados, em esporádicos eventos culturais na cidade do Porto, foi porque por razões de ordem profissional, minhas ou dele, ou pelo desejo de não se expor, o doutor João de Freitas, conhecido, em geral, pela sua presença em realizações culturais (falei com ele pela primeira vez quando assistiu à apresentação, pela escritora santomense Inocência Mata, do meu livro A Hora Final), evitou todas as situações susceptíveis de comprometer o segredo do pseudónimo que resguardou durante toda a vida.
No aspecto físico e na primeira conversa que tivemos, afigurou-se-me um homem comum, ainda que mostrando, a propósito do meu livro, ter conhecimentos de escritos relativos a Angola. Mas se é sabido que nem sempre uma pessoa é como parece, também nós, como dizia a mulher do Manuel Faleiro, personagem do romance “Sete espigas vazias”, de Garibaldino de Andrade, “não somos o que pensamos: somos um pouco isso e um pouco o que de nós pensa o vizinho, o amigo e o inimigo.” Eu aduziria: nós também somos o que fazemos.
Quando começámos a trocar cartas, sempre a propósito de um acontecimento literário relacionado com Angola, o estilo da sua escrita despertou em mim mais do que a simples curiosidade. Lembrei-me então do que dissera o naturalista George Buffon sobre o estilo e o homem: “O estilo nada mais é do que a ordem e o movimento postos nos seus pensamento”. E Herberto Helder: “O estilo é um modo subtil de transferir a confusão e a violência da vida para o plano mental de uma unidade de significação.”
Mas ao viés do que eu pretendia saber dele, foi ele quem extraiu de mim, pela leitura dos meus escritos sobre Angola, uma ideia: a de que eu “colocava demasiadas resistências a uma certa expressão crioula ou crioulizante que estava no meu interior e, angolanamente falando, ´queria sair’.
A sua ideia podia estar certa, numa análise linguística, mas não quanto a qualquer resistência da minha parte, assumida como tal. Como não fiz cópias das minhas cartas dactilografadas (as dele eram sempre manuscritas), não me lembro da resposta que dei. Mas estaria certamente em acordo com o pensamento de Roland Barthes, segundo o qual as referências do escritor sobre o estilo “estão ao nível de uma biografia ou de um passado e não de uma História: ele é a ‘coisa´ do escritor, o seu esplendor e a sua prisão, é a sua solidão. Indiferente e transparente à sociedade, gesto fechado da pessoa, não é produto de uma sua escolha, de uma reflexão sobre a Literatura. É a parte privada do ritual, eleva-se a partir das profundezas míticas do escritor, e expondo-se fora da sua responsabilidade.”
Se fosse hoje, quando se comemora, pelo menos em memória, um quarto de século do falecimento de Miguel Torga, - um marinheiro de muitas viagens que sempre “levou no bornal o Marão, o Douro, o Mondego, a luz de Coimbra, a biblioteca e as vogais da língua”, mesmo quando, já médico, desgostoso com a Cidade, migrou para a Aldeia chamada Vila Nova (!), nos arredores de Miranda do Corvo, - eu acrescentaria, talvez, na resposta que dei a João de Freitas, esta explicação de Torga: ”Sou um prisioneiro irremediável numa penitenciária de valores tão entranhados na minha fisiologia que, longe deles, seria um cadáver.”
Que João de Freitas, equivocamente, terá visto em mim, apesar dos muitos anos que vivi em Angola, um colono mais sensibilizado pela terra do que pelos seus habitantes, foi indício o poema que me enviou, com amável dedicatória, intitulado “A kitaca do Cosme”, escrito em 22 de Maio de 2002, na República Popular de Gaia. É um belo poema telúrico, dedicado a um homem telúrico, residente na cidade telúrica de Gondomar, subscrito com as iniciais J.G., indicativas de João Guilherme (aqui sem Freitas), revelando, pela primeira vez, que o advogado João Guilherme de Freitas era também poeta…
Mas foi preciso que o advogado João de Freitas se lançasse do alto janela da sua moradia para a rua, em Vila Nova de Gaia, no dia 25 de Maio de 2005, para eu, e todos os amantes de literatura angolana, saber quem era João-Maria Vilanova, um dos mais notáveis representantes da moderna poesia angolana, cunhada pelo ideal da libertação e independência nacional.
Com a sua morte, inesperada para mim e outros amigos, ficou muito por dizer e perguntar. Perguntar porque resolvera sair de Angola, com a família, em gozo de licença graciosa de funcionário público, em 1974, antes da independência; e, regressado a Portugal, nunca voltou à sua segunda pátria, onde se radicara desde a infância só iniciada na terra natal da Madeira. E eu ter-lhe-ia dito que, depois de ele ter deixado Angola, eu também fizera o mesmo, in extremis, para, como apoiante do MPLA, não me sujeitar e à minha família aos riscos da invasão do sul de Angola pelas tropas coligadas dos inimigos do MPLA, angolanos e estrangeiros. Mas que, em 1982, eu tinha regressado a Angola, como cooperante, por mais cinco anos a juntar aos vinte e cinco anteriores.
E ter-lhe-ia dito também que, ao mesmo tempo que eram publicados os seus livros de poesia escritos em Angola, encontrando-se ele já em Portugal, eu escrevia livros que só seriam publicados depois da sua morte, tendo como centro das narrativas a mesma Angola: em 2007, A Separação das Águas; em 2009, O Chão das Raízes.
Na contracapa do primeiro, explicava:
Representa-se neste livro o quarto acto do drama (ou melodrama, ou epopeia, ou tragédia, como se queira) da colonização portuguesa de África. Deu-se-lhe o título de A Separação das Águas para significar, na sequência dos actos anteriores – representando “a revolta”, “a terra da promissão” e “a hora final” – que marcavam a longa viagem dos portugueses pelo rio da história colonial, o momento último em que, quando a corrente se dividiu antes de precipitar os viajantes numa queda fatal, eles tiveram de escolher entre uma margem de salvamento que lhes serviria de ancoradouro e o chão das raízes.
Na contracapa do segundo:
Depois da hora final da colonização portuguesa, as últimas gerações de colonos que desde a segunda metade do século XIX tinham sonhado Angola como uma terra da promissão onde poderiam confiadamente fixar as suas raízes, e de repente foram acordados para uma realidade que nunca entrara no sonho, tiveram de responder a uma pergunta crucial: e agora? (…) Três personagens fulcrais responderam assim à crucial pergunta: ”Agora temos de escolher para chão das raízes uma terra donde nunca seremos expulsos.” – “O meu chão é este onde nasci e continuarei, contra todos os ventos e marés.” – “Sem tempo para esperar por outro tempo, temos de nos reinventar.”
Concluindo: não entrarei em divagações psicanalíticas ou imaginísticas para transfigurar o João de Freitas/Vilanova que ele era realmente depois de o saber afectado na mobilidade por três AVC , cujos efeitos leio no poema Dor, um dos últimos que escreveu:
… a dor perfura o osso
(canto enquanto posso)
porém
fico possesso
se não acerto o passo
e cevo meu vaso
no avesso dum
verso.
Hoje, ouso recompor a memória da sua imagem final, ainda se interrogando, como pensou o existencialista Albert Camus, sobre as condições em que a vida merecia ou não ser vivida. E tendo eu a certeza de que o João de Freitas, em 2005,olhando uma Angola marcada por um até aí impensável 27 de Maio de 1977 e pouco depois pela morte do fundador da República Popular de Angola, Agostinho Neto, envolvendo-o numa avassaladora onda de dúvidas e perplexidades quanto ao futuro, a resposta que poderia ainda ser dada, como a deu o protagonista do meu romance O Chão das Raízes : “Sem tempo para esperar por outro tempo, temos de nos reinventar”, foi talvez esta: “Já que a vida sem acção é o mesmo que estar morto, deixo os meus livros para falarem por mim.”
LEONEL COSME
LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS