2016-01-04, quarta-feira, 18h30:

apresentação por Jaime Toga (da Comissão Política do PCP) do livro "Jerónimo de Sousa - Entrevista por Carlos Ferreira"




Jerónimo de Sousa
(texto da primeira badana do livro)

Jerónimo de Sousa

Suponho que ninguém poderá honestamente deixar de reconhecer o trabalho notável desenvolvido pelo PCP em defesa dos interesses nacionais e também de um Mundo realmente solidário, em que não haja países mais iguais do que outros, e em que os governos reflictam na sua prática a vontade dos eleitores e deixem de ser meros comissários políticos do poder económico.

O PCP sempre recusou a popularidade fácil que por vezes os outros conquistam com propostas demagógicas e irrealistas. O PCP sempre tem lutado por soluções possíveis e que consolidem ou reponham as conquistas do 25 de Abril, que tão agredidas têm sido ao longo destes mais de quarenta anos.

O PCP há-de necessariamente ter defeitos e algumas vezes cometido erros, porque isso é humano, mas aos meus olhos nunca nenhuma outra organização partidária me deu tão grande e constante garantia de dedicação à defesa dos interesses do nosso povo e sobretudo das classes mais desprotegidas e desfavorecidas.

Desde 1949, corria a Campanha de Norton de Matos para a Presidência da República, que me sinto ligado ao Partido. Onde isso vai, pai dos céus! Poucos saberes, e recursos de escada abaixo, nunca me permitiram fazer coisas que se vissem. Fui fazendo o que podia, e esta edição insere-se nessa vontade, e desejo que ajude as pessoas que a lerem a perceber quanto enriquecedor é ouvir-te falar dos dias tão dignos que são os teus, da tua experiência e dos teus anseios para esta nossa pátria que desejamos livre, soberana e desenvolvida.

José da Cruz Santos

(texto da segunda badana do livro)

Carlos Ferreira em Setembro de 1972 foi admitido como estagiário no Rádio Clube Português, no Porto. O programa «Nova Forma» foi o primeiro em que colaborou que na altura transportava novas ideias. De seguida o «Onda Nocturna» e também o «Clube da Juventude». Entretanto passou a integrar o quadro dos trabalhadores. Foi uma altura de expansão do RCP no Porto. Em 1974 tinha já a categoria profissional de locutor/realizador de programas quando chegou o 25 de Abril. Data vivida intensamente no RCP que por ter sido o Posto de Comando do MFA na madrugada de 24 para 25 de Abril (aos microfones da estação foi lido o primeiro comunicado do movimento a que outros se seguiram). É de lembrar que a rádio passou a designar-se por RCP/Emissora da Liberdade. O programa «Dentro da Manhã» foi após Abril o primeiro programa com locução e realização de Carlos Ferreira. E também o «Campo Livre» com a colaboração do jornal «A Terra». Inesquecível é o ano de 1975 com o programa «Alavanca» ligado ao movimento sindical. Diz que aprendeu muito com os trabalhadores que chegando ao estúdio falavam dos seus problemas laborais e da vida, sempre em directo. Após o 25 de Novembro foi criada a RDP juntando o RCP com a Emissora Nacional. Fez uma variedade grande de programas. Entrevistou pessoas conhecidas de muitas áreas e pessoas completamente anónimas. O seu último programa, que durou seis anos chamava-se «Fotofonias». Ontem como hoje para o Carlos Ferreira a rádio é a voz. A respiração da voz. Em sentido, quase absoluto, é o exercício da imaginação. De quem vive. De quem pensa. De quem sofre. De quem festeja. E de quem luta. É assim, para ele, a verdadeira rádio.





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