Num tempo voltado para a ciência e a tecnologia, o fazer e o produzir, com uma clara
cisão entre os conhecimentos considerados úteis e os restantes, as humanidades e as
artes designados de inúteis, o indivíduo aparece como mera mercadoria de qualquer
linha de produção e consumo. Em tal cenário o autor propõe a via estética, a reabilitação
do sensível, como base da educação do futuro
Biografia
Artur Manso, nasceu nos idos de 1964, pelo outono, ao cair das folhas, na aldeia
transmontana de Izeda. Professor universitário que ao longo do tempo se tem dedicado à
aprendizagem e ao ensino de pequenas coisas sob o signo da estética e da ética, do lugar
que nos cabe no mundo e de como a beleza nos pode tranquilizar. Entre a vasta obra
contam-se os ensaios: Agostinho da Silva – Aspectos da sua vida, obra e
pensamento (2000); Filosofia educacional na obra de Agostinho da Silva (2007);
Manuel Laranjeira. 1877-1912 (2013).
Sinopse secundária
Não havendo presente sem passado e futuro sem presente mostro aqui como a
sensibilidade é promotora da inteira liberdade e da criatividade que nos é congénita e
esta tem o seu centro no sensível e não na razão, mesmo que por vezes se extremem as
observações sobre o relativismo estético e o universalismo ético, que mesmo aqueles
que se distanciam de uma tábua de valores mais ou menos rigorosa, teimam em manter.
Numa abertura ao futuro faz-se o elogio da infância e daquelas que são as suas
características para expor que ou os adultos retornam com toda a bagagem científica e
conhecimento estruturado a esse tempo primordial, ou então a educação continuará a
facultar uma experiencia egocêntrica e sectorial, afastando-se cada vez mais do bem
comum que pretende servir. Este é um ensaio realista, afastado do pessimismo e do
otimismo e procura a reabilitação do sensível, que é a maior marca da individualidade,
criatividade e singularidade dos seres em movimento que se expressam na inter relação
das diversas expressões em claro desafio das imposições que a normalidade racional,
científica e tecnológica, continua a obscurecer por não saber que caminho percorrer para
a elas retornar.