2023-10-11, quarta-feira, 18h00: A mulher descalça, de Filipe Chinita, com apresentação de Eduardo Ricardo, professor
12º livro de poesia do autor
fj
12.03
08.09.23
4 anos... depois!
de
'a mulher
em saltos altos'
volto à amada
cidade do
o'porto
Uma vida inteira
que se descalça em carne osso choro alma corpo
e que se afirma constante na mutabilidade dos sentimentos sentidos sofridos e sôfregos
num adejar
de rara sensibilidade
que se nos agarra
como fogo
contido
e
logo
largado
em altas chamas
que chamam o amor o desespero
e toda a fome que é fonte
de um Poeta sem medo
de sentir e dizer
e escrever
o
mais
profundo
que lhe advém
de uma experiência funda
rente ao fundo de si mesmo
.
Filipe Jorge
enfrenta tudo e todos
derrubando a fronteira dos equívocos
numa assumpção clara e forte
de uma alma
que nunca
se rende
.
Este
novo livro
"descalça" a mulher.humanidade
num registo tão único
quanto sempre
identificável
.
Sigamos com ele a estrada.
Com os olhos bem abertos.
Com a alma bem límpida
.
Sejamos "descalços"
ou seja puros
.
isabel
mendes ferreira
Um poema (quase) ao acaso:
'asseio'... de 86 anos
.
a minha (pobre) mãe
é tão 'asseada'...
tão senhora do nariz
das suas limpezas
que de cada vez
que (ainda)
estende
roupa
antes...
sempre a ouço
aqui em baixo
a esticar
o aço
do estendal
esfregando-o... num pano
(que tem para o efeito)
antes de
uma vez mais estender
a sua/nossa roupa...
íntima
.
diz
ela que a poluição da rua
lhe suja as cordas de aço
e que não pode estender
roupa lavada... sobre
tal porcaria...
.
e
eu
não posso
deixar de me sorrir
de cada vez
que ouço...
o esticar...
das mesmas
aqui
em baixo
.
sim
ela ainda faz questão de o fazer
a partir da janela do seu quarto
.
donde... já não
desce... a
mim
.
nem
mesmo... comigo
segurando-a p'la
mão
.
e
claro...
que eu a deixo mover-se
em tudo! o que ela
ainda faz questão
de fazer...
.
que
só lhe faz bem
de corpo
e
'espírito'
.
pois que deveria
movimentar-se
muito... mais
.
mas enfim...
(só)
faz o que pode
e ainda! quer
fazer
.
e
assim
continuará sendo
enquanto o
quiser
ela
.
que
nada de nada
lhe imponho
eu
.
e
re.tirar-lhe...
toda e qualquer actividade
- que ela ainda ama! fazer -
seria muito!
pior
.
fj
18.11
27.08.23
minha (amada) mãe
tão igual a mim.mesmo
e
tão de mim... diferente.s
ou
de sobre o como
esticar a corda
da vida