Texto de Adão Cruz e Duarte Correia sobre o falecimento de Cassiano Abreu Lima



AO COLEGA E AMIGO PROFESSOR DOUTOR CASSIANO ABREU LIMA


Querido amigo Cassiano

Sabemos que não nos ouves, mas acreditamos que em ti, lá no equilíbrio molecular do Universo, as palavras fazem eco, revolvendo o pensamento dos que ainda por cá ficam. Falar de pessoas que não deixam a vida parar no tempo, não é fácil. É preciso deitarmos mão do que melhor existe dentro do nosso pensamento, para te compreendermos e lembrarmos. Porque tu tinhas da vida e da morte o conceito filosófico e a cor da liberdade com que vivem e morrem os homens que não são homens vulgares. Pessoas sólidas, autênticas, pessoas de alto a baixo, pessoas sem etiqueta de preço, pessoas que morrem porque não se importam de empenhar a vida para não perderem a honra e a dignidade. Tivemos o privilégio de te encontrar e de reconhecer que tu nos encontraste. Uma boa parte da nossa vida foi vivida contigo, como excelente profissional e magnífico amigo. Sentirmos durante tantos anos o conforto da nossa comunhão no sol e sombra das nossas vidas, no desbobinar das nossas teorias e no contraponto das ilações e deduções do teu profundo espírito de pensador, era uma reconfortante forma de passar muitos dias do dia-a-dia. Que os dias do dia-a-dia eram, indubitavelmente, mais escuros sem ti. Ainda que a nossa formação e a nossa profissão nos tenham calejado na forma de sentir e encarar as verdades desta inquietante fronteira, ver-te partir assim é muito doloroso.

Adão Cruz e Duarte Correia


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