ENCERRAMENTO
Com o encontro do passado dia 2010-11-24, cumpriu-se mais um ano de Noites de Poesia e Música da UNICEPE.
Como remate e em jeito de homenagem, gostava de lembrar aqui o nome de uma mulher que há 55 anos, mais precisamente, no dia 1 de Dezembro de 1955, escreveu, sem papel e sem pena, um dos mais lindos poemas da humanidade.
Nessa altura, vigorava nos Estados Unidos a humilhante e vergonhosa lei da segregação racial. Entre outros vexames, os negros, nos transportes públicos, tinham de ceder o lugar aos brancos.
Rosa Parks, assim se chamava a senhora, era negra. Tinha 41 anos e acima de tudo uma grande consciência da sua dignidade como ser humano. Trabalhava a dias! Estava cansada de tanta humilhação a que os negros eram sujeitos. Numa afirmação pessoal, começou a andar a pé. Entretanto, ficava sem tempo para cuidar da sua casa e dos seus meninos.
Ao cair do dia 1º de Dezembro de 1955, na cidade de Montgomery, Rosa Parks regressava a casa. Mortificava-a o pressentimento de que talvez não voltasse a ver os seus entes queridos.
Tomou o autocarro. A dado momento, foi interpelada para que desse o seu lugar a um branco. Recusou-se a fazê-lo. Foi presa. Foi presa por isso!
Mas este seu gesto iluminou a mente de milhares e milhares de negros e milhares e milhares de vezes foi repetido até à abolição da maldita lei de segregação racial.
Rosa Parks morreu em Novembro de 2005, com a bonita idade de 91 anos.
Analfabeta, que lição humana nos legou! Que poema!
Queiramos nós, que cultivamos a poesia nestes encontros da UNICEPE, ser poetas do jeito desta mulher e até as estrelas do céu se nos vêm juntar em hossanas de glória, pela dignidade humana.
José Silva
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