69º Jantar de Amizade UNICEPE


Sexta-feira, 3 de Junho de 2005, 19h45m

Poesia Cantada

Por Francisco Fanhais



Francisco Fanhais

Nasce a 17 de Maio de 1941, na Praia do Ribatejo.
Aos 10 anos entra para o Seminário de Santarém, que frequentará durante 4 anos. Dali passa para o Seminário de Almada e deste para o dos Olivais, onde conclui, em 1964, o Curso de Teologia.
Em 1965, é ordenado padre e lecciona no Colégio diocesano de Torres Novas e no Seminário de Penafirme.
Em 1969, vai como coadjutor e como professor de Moral para o Barreiro. É aí que a sua vida começa a mudar de rumo. Deixa de ter vontade de cantar como os passarinhos... e começa a cantar para denunciar a realidade que o cerca. Conhece o José Afonso, que o incentiva e de quem se tornará grande amigo.
Vai cantar ao popular programa de televisão Zip-Zip e grava, em 1969, o seu 1º disco, Cantilenas. Em 1970, com algumas músicas suas, grava o 2º disco, o LP Canções da Cidade Nova, com poemas de Manuel Alegre, Sophia, António Aleixo, Lorca e outros. Passa a integrar o grupo de cantores que, com uma viola na mão, correm o país de lés a lés, cantando e contestando o regime político: José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Barata Moura, José Jorge Letria, Rui Mingas, Samuel, Denis Cintra, António Macedo, Vieira da Silva e outros.
Em 1971, abate-se sobre ele a maldição do Governo e da Igreja e é proibido de exercer as ordens (por ser considerado um contestatário), de leccionar no liceu do Barreiro e de cantar. O que faz, o que diz e o que canta não é consonante com as posições do Governo. Antes que a proibição de viver fora da cadeia se abata também, vai para França. Aí continua, de modo intenso, a sua actividade como cantor e opositor ao regime vigente em Portugal.
Colabora no Staawherry Studio, em Hérouville, na gravação de Cantigas do Maio, de José Afonso. Participa em espectáculos organizados por emigrantes na Bélgica, Alemanha, Holanda, Suíça, Luxemburgo, Inglaterra, Dinamarca e Espanha e em programas de televisão em França e na Finlândia.
Em 1973, integra a Companhia de Teatro de Richard Démarcy nos Festivais de Avignon e de Liège.
Em 1974, regressa a Portugal, participando em inúmeras sessões de apoio a cooperativas agrícolas, comissões de trabalhadores e de moradores e em espectáculos de solidariedade com Timor-Leste, a Frente Polisário, a Nicarágua, S. Salvador e muitas outras causas.
Em 1975, com José Afonso e o cineasta Luís Filipe Rocha, participa nas campanhas de dinamização do MFA, no nordeste de Portugal. Grava em Roma, com José Afonso, um disco de apoio ao jornal República. Participa em espectáculos no Canadá, Itália, Cabo Verde, Moçambique e Angola. Integra o elenco da peça Zombi, encenada por Augusto Boal. É um dos associados fundadores da Cooperativa de Animação Cultural ERA NOVA.
Em 1980, com o actor Vítor Esteves, realiza uma tournée de animação cultural e preservação da língua portuguesa, por várias escolas em França.
Em 1984, vai viver para o Alvito e dedica-se ao ensino de Educação Musical em Beja, Viana do Alentejo e Marinha Grande. Participa, com Pedro Barroso, Manuel Freire, José Fanha e outros, numa série de espectáculos em Portugal e em França.
Em 1995, recebe a Ordem da Liberdade e participa, com Manuel Alegre e João de Melo, em colóquios sobre Cultura Portuguesa, na Universidade de Lille.
Em 1999, concluí a licenciatura em Ensino de Educação Musical, na Escola Superior de Educação de Beja.
Continua a cantar. Diz que tem dois filhos, dois discos, muitas árvores e muitos amigos.
É um homem solidário e íntegro, dizemos nós.



Para o jantar (às 19h45m): Inscrições antecipadas na
UNICEPE - COOPERATIVA LIVREIRA DE ESTUDANTES DO PORTO, CRL
Praça de Carlos Alberto, 128-A - 4050-159 PORTO
Telefone 22 205 66 60 - Unicepe@mail.telepac.pt

Para a tertúlia, após o jantar (cerca das 21h30): entrada livre



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