Excertos de Curriculum Vitae



Joaquim José Magalhães dos Santos, nasceu em Vila Real, em 1933. Curso de Filologia das Línguas Românicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Professor de Português e de Francês em diversos estabelecimentos de Ensino Secundário do Norte do País, desde 1958 até 1964. (Vila Real, Aveiro, Póvoa de Varzim, Chaves, Guimarães, Évora, Viana do Castelo, Braga).
De 1964 até 1993 foi colaborador numa empresa metalúrgica do distrito de Aveiro.
Mora em S. João da Madeira – embora tente viver em toda a parte onde se encontre – onde, além da actividade profissional até 1993, se tem dedicado a diversas ocupações. Criou o Grupo Cultura Viva, o que lhe permite apresentar em público grande parte dos seus textos. Como amador teatral, fez parte de um grupo que conquistou três prémios nacionais.
Sempre que tem um pezinho, dá um salto à sua querida “Bila”. Aí apresenta alguns dos seus trabalhos, participando também nas récitas de 1º de Dezembro levadas a efeito pela Associação dos Antigos Alunos do Liceu Nacional de Camilo Castelo Branco. É alto dignitário da Confraria dos Pyjamantes.
Assinou no Diário de Notícias as rubricas “Histórias de Palavras – Palavras com História” e “A Vida das Palavras” (durante oito anos) e no Jornal de Notícias a rubrica “Falar de Palavras” (durante cerca de vinte anos). No extinto Mundo Desportivo, durante dois anos, a rubrica “Palavras do Desporto”.
Colabora na Imprensa Regional de S. João da Madeira. Num deles – Labor – subscreve rubrica de carácter linguístico – “Erros meus…” , uma de variedades – “Semanada” -, e ainda outra, de carácter mitológico-linguístico e sem periodicidade fixa, “Tu cá, tu lá com os deuses”.
É autor dos livros:
Tem outros trabalhos em preparação.

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O Grupo Cultura Viva é o sucessor do GARGAREJOS, cujo nome era o acrónimo de Grupo Académico Recreativo Gastronómico da Actuações e Representações Jocosas. (...)
As actuações do Grupo começaram por volta de 1967 ou 1968. Da sua “pré-história” constam leituras de trabalhos com a colaboração do actor e declamador Jaime Valverde.
Desde essa data até agora, o Grupo Cultura Viva já se apresentou a públicos diversos (S. João da Madeira, Vila Real, Viana do Castelo, Guimarães, Tavira, Coimbra). Até 1993, talvez a ritmo superior a uma vez por ano. Desde essa data até agora, umas três vezes por ano.
Todas as “peças” interpretadas têm sido obra do Companheiro Joaquim José Magalhães dos Santos (até agora o único elemento constante do elenco), consistindo elas, geralmente, em selecções de textos da Literatura Portuguesa ou outros.
O primeiro foi a cena do Todo-o-Mundo e Ninguém, de Gil Vicente. Esta veio a ser, em 2003, utilizada para início de uma sessão em que foram lidos textos de índole vicentina de Hercília Agarez e de J. Magalhães dos Santos
Seguiram-se – e são citadas sem preocupações de ordem cronológica – “Processos de Humorismo na Literatura Portuguesa”, “Molière em Tribunal”, “Os Liúsos – ou O rei vai nu”, “Cenas e gente do dia-a-dia", “Gente de Portugal”, "Ele é um Bom Companheiro – Eça de Queirós”, “Ele é um Bom Companheiro – Júlio Dinis”, “Ele é um Bom Companheiro – O Principezinho”, “Ele é um Bom Companheiro – Courteline”, “Ele é um Bom Companheiro – António Gedeão”, “Ele é um Bom Companheiro – Molière”, “Ele é um Bom Companheiro – José Carlos Ary dos Santos”, “Verdi – A Arte-Arma”, “Desfile Poético”, “Noventa anos de escrita - Autores nascidos a partir de 1910”, “Elas na Berlinda”, “Quadras Populares Portuguesas - Algumas considerações, bastantes exemplos”, “Padres, freiras e beatério”, “Velhinhos – Anedotas a respeito deles, com respeito por eles, a despeito de ser um deles”, “Cena de Natal – Auto dos Reis Magos e da Virgem Maria”, “Os Lusíadas em duas horas”, “Padre António Vieira – No terceiro Centenário da sua Morte”, “Textos engraçados I e II”, “Monólogo do burro de Belém”, “Risos & Sorrisos – A Melhor Companhia”, “Ele é um Bom companheiro – O Coração”, “Eles são Dois Bons Companheiros – Os Olhos”.
(Estão em preparação dois trabalhos: “Variedades” e “Dá cá um beijo!”, estes adiantados e com título. Outros há ainda apenas em germe).
Nas suas diversas apresentações, o Grupo Cultura Viva já movimentou cerca de cinquenta pessoas.
“A solo”,. Magalhães dos Santos apresentou-se com diversos trabalhos, por exemplo: “Os nossos primos europeus”, “Falsos amigos”, “António Aleixo – Poeta do Povo, pelo Povo, com o Povo”, “Um ser vivo chamado Palavra”, “Terras e gente de que se fala”, “Palavras da Medicina”, “Riso – O mais agradável dos contágios”, “Anedotas políticas – A favor, contra e nem sim nem sopas”, “A estupidez em vários tons”, “Palavras sobre a poesia de (algumas) palavras”.

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Alguns prémios:

- Em 1958, Prémio Nacional Camilo Castelo Branco, por ter sido o aluno com mais elevada classificação na disciplina de Língua e Literatura Portuguesa. - Em Junho de 1993, atribuída pela Câmara Municipal de Vila Real, a medalha de prata de Mérito Municipal. - Como amador de Teatro, integrando o Grupo de Teatro do Centro de Cultura e Recreio OLIVA, três primeiros prémios do Concurso Nacional de Teatro, promovido pela F.N.A.T.

e algumas críticas:

Na peça "Patelão" (Versão da "Farce de Maître Pathelin"): "Joaquim M. dos Santos compôs a mais pormenorizada figura do judeu consuetudinário do teatro de sempre. A sua personagem está toda trabalhada interiormente. E, no gesto, na fala, na colocação da voz, na expressão do olhar, na composição física do barbichas, na malícia, no gozo, na frustração, na agilidade dos pulos, da dança, em toda a sua presença, enfim, não há um deslize. Mais, não há na interiorização da personagem um momento que não seja do melhor teatro, do melhor estilo de representação.
Uma delícia!"

(Em Diário de Notícias - 25. 07. 1971)


"... se Joaquim M. dos Santos não fosse um actor de tão vastos recursos... " "Do naipe de actores teremos que salientar (e é a primeira vez que o fazemos neste concurso) Joaquim M. dos Santos (tendeiro). Na sua comicidade chegou a atingir ponto alto. Tudo em si era teatralmente natural: a composição corporal, a mímica, o jogo facial, as inflexões".

(O Setubalense - 07. 1971)


Na peça "Inspector-Inspecção" (Versão de "O Inspector", de Gogol): "O poder dialógico de Joaquim M. dos Santos, num jogo que muitas vezes o espectador duvidava se ali estava o actor, uma construção posterior do actor por ele próprio ou simplesmente o homem, o cidadão com bilhete de identidade". "Joaquim M. dos Santos tinha ontem o coração de fora. Um actor espantoso do povo"

(Em República - 22. 07. 1972)


"Na representação, as honras vão para Joaquim M. dos Santos, que fez, com grande riqueza de intenção, um "governador" apanhado pelo "inspector" em larga embrulhada de contradições, e para José Marques no papel de palhaço, a que ele dá recorte impecável".
"No naipe de intérpretes, avulta, na figura do governador, o grande poder de comunicação e o natural pendor histriónico de Joaquim M. dos Santos"...

(Em Época - 26. 07. 1972)


"... um actor de grandes recursos (embora um tanto estereotipado) que é Joaquim M. dos Santos..."
"... o excelente trabalho de Joaquim M. dos Santos na figura do governador..."

(em Jornal de Notícias de 25 de Maio de 1972)


"... nesta peça há actores de verdade, salientando para já o "Governador" daquela terra imaginária que tanto se parece, caricaturalmente já se vê, com outras algures no mundo, foi Joaquim M. dos Santos. Muito bem. Sabe dizer com naturalidade, sublinhar as frases com ironia quando elas o requerem, estar em cena, "representar" finalmente de uma maneira perfeitamente válida com uma dicção perfeita e natural, mostrando que a Oliva de S. João da Madeira, além de outros intérpretes apreciáveis, tem um actor de verdade".
"... foi sempre nosso parecer que para representar, além da cultura que não fica mal a ninguém e ajuda muito em certas personagens, urge antes de mais ter talento e esse possui-o em alto grau Joaquim M. dos Santos, a quem apetecia ver num palco profissional".

(Plateia - 1. 08. 1972)


"Inspector-Inspecção vive da acção que lhe imprime o encenador, nervosa, trepidante, original. E, também, da interpretação global, a partir de Joaquim M. dos Santos, no "governador", com uma criação carregada de pormenores de comicidade total, ou de um carácter mais ou menos especioso (recorde-se que delicada mímica, quando joga as cartas!). Mas, se realmente este actor o podia ser ímpar nos palcos profissionais, a verdade é que não está só"...

(Diário de Notícias - 22. 07. 1972)


Na peça "Retábulo do Flautista", de Jordi Teixidor: "(os actores da Oliva são mesmo operários com uma única excepção que não se nota, honra lhe seja)"
"... logo a seguir, na sede do Centro Cultural, durante quase duas horas, toda a "malta" cantou, riu, pulou, sob a batuta de um senhor espantoso chamado Joaquim Magalhães Santos, que além de ser um actor primoroso consegue ser um animador "de se lhe tirar o chapéu". Como é que hei-de dizer sem parecer demagógico: durante esse tempo tive a sensação de estar entre gente viva".

(Carlos Porto - In Diário de Lisboa - Junho de 1973)


Excertos de carta recebida em 26 de Junho de 1996, do Sr. Teixeira Moita (residente em Braga), acompanhada de duas peças de Teatro:
"A razão por que as envio (as duas peças) reside no facto de V. ser o vero "culpado" de elas existirem. Foi o Dr. Magalhães dos Santos quem me incutiu o gosto pelo teatro, com as suas maravilhosas interpretações nos grupos amadores da Oliva, assim como com as leituras encenadas que V. tão bem organizou e participou.
Dessa maneira, quis partilhar com V. duas das minhas peças, solicitando que receba os exemplares como uma fraca oferta de um seu admirador de sempre".

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Jantares de Amizade UNICEPE em que o convidado foi o Dr. Magalhães dos Santos: