188º Jantar de Amizade UNICEPE: ESTALINE NOS MANUAIS DE PORTUGAL E BRASIL, por Paulo Oisiovici
Ementa:
Sopa de legumes, saladas variadas, o Filetes de pescada + o Tripas à moda do porto, vinho verde branco, vinho maduro branco e tinto, refrigerantes, águas, cerveja, sobremesas variadas, Porto POÇAS. Preço: 17,00 euros.
Para o jantar, às 19h30, inscrições antecipadas para Unicepe@net.novis.pt
Às 21h30: Tertúlia, com entrada livre.
O AUTOR
PAULO OISIOVICI é historiador brasileiro, filho de um romeno, Oséas Oisiovici e de uma baiana, Maria de Lourdes Brabosa Oisiovici, nascido no Rio de Janeiro e morador desde 1970 na Bahia. Professor de História, do ensino básico, o autor, em 1976, aos 15 anos de idade, quando estudante, ingressou no Partido Comunista do Brasil, logo passando a integrar a redação do órgão de massas do partido, o jornal TRIBUNA DA LUTA OPERÁRIA, na vigência da ditadura militar no Brasil, por conta da repressão, foi deslocado para uma região inóspita do extremo oeste da Bahia para viver, sobreviver como agricultor, por mais de uma década, e militar no movimento camponês. Juntamente com o líder camponês comunista, sobrevivente da Guerrilha do Araguaia, deslocado para a região de Couro de Porco, em Correntina, na Bahia, por Pedro Pomar e Ângelo Arroyo, assassinados pela ditadura na Chacina da Lapa, em São Paulo.
O autor, em Correntina, na Bahia, atuou no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntina, na Bahia, na edição do jornal A FOICE, fundou a Associação dos Pequenos Agricultores de Arrojelândia e o Sindicato dos Professores de Correntina.
A TESE
A tese de mestrado [defendida em 2019-03-28 na FLUP] intitulada ESTALINE NOS MANUAIS DE PORTUGAL E BRASIL, a partir de uma abordagem biográfica de Stálin, efetua uma análise comparativa de manuais escolares de Portugal e Brasil, e um estudo exploratório das ideias tácitas de alunos portugueses e brasileiros do 9º ano da educação básica em escolas dos arredores do Porto e de Correntina, na Bahia, sobre os conceitos substantivos: Revolução Russa, socialismo, comunismo, ditadura do proletariado e URSS sob o governo de Stálin. Este trabalho insere-se nos campos da História Contemporânea, educação histórica e historiografia. Procura contribuir para uma abordagem multiperspectiva dos referidos conceitos substantivos pelos manuais escolares e pelos professores em sua prática do ensino de História, em conformidade com as recomendações da Unesco e do CdE, usando as novas caraterísticas adquiridas pela abordagem biográfica no seu atual retorno: a revalorização do ator individual imbrincado em diversos contextos nos quais viveu e atuou; captação não só do “homem comum” mas, também do “homem múltiplo” e uma reconstrução não linear da narrativa para exprimir a multiplicidade das experiências do indivíduo e a complexidade da trama.
Este trabalho consiste, ainda, numa contribuição para a atualização dos conteúdos dos manuais escolares referentes aos citados conceitos substantivos e, portanto, para a progressão do conhecimento histórico dos alunos, em particular numa História Contemporânea mais atualizada, ao apresentar informações encontradas em documentos da era soviética disponibilizados com a abertura dos arquivos da Federação Russa, além do seu valor heurístico para a realização de estudos exploratórios envolvendo conceitos de segunda ordem.
A versão hegemônica sobre Stálin e os contextos nos quais viveu e atuou, lhe atribui “a aura de monstro abjeto” impondo-se como consenso, por força de uma profícua, poderosa produção editorial e, segundo Lilly Marcou, “de preguiça intelectual”. Mas, não obstante a hegemonia de sua “demonização”, “nem o relatório Kruchtchev, nem a glasnost de Gorbatchev foram capazes de arrefecer, nas profundezas da memória coletiva da ex-sociedade soviética, a ideia de que a era stalinista foi igualmente motivo de glória e orgulho nacional para os povos da URSS”. Uma outra característica que torna Stálin invulgar é, a de ser ele, o único dirigente do partido bolchevique e da URSS, de origem realmente humilde, gerado de pais servos e, ainda assim, ter transformado a Rússia do arado de madeira numa potência industrial e cultural, além de dirigir a luta que livrou a humanidade do jugo nazi