por
Celso de Lanteuil
A propósito do 52º aniversário da Unicepe
E o violino foi colocado ao ombro. Ela se posicionou e fez soar o primeiro acorde.
Não havia como deixar de se perceber a luminosidade criada ao seu redor. Pode o
som iluminar? Esta é a pergunta que me vem ao pensamento. Chega de uma voz
que logo se cala, antes mesmo de eu descobrir a resposta, mas é claro!
No mais, somente o silêncio, além desse momento.
A pianista Olga Vasilyeva inicia seus movimentos e faz progressões que se
misturam aos solos da jovem Lia Yeranosyan. Fazem uma parceria de sons, onde
suspiros, impressões e diálogos em notas musicais sussurram, criando um
sentimento que nos conduz aos bons sonhos.
São emoções que misturam Armênia, Rússia e Portugal, e nos revelam que o
mundo é um só, e de todos nós.
Me deixo levar por essa magia de sonoridade, onde tempo e vida não se escondem.
Guerra e paz. Vitória e derrota. Tragédia e amor. Luta e dor. Saber e opressão.
Liberdade e criação, se tocam e se estranham, brigam e avançam, morrem e
renascem.
Nós seguimos com essas conversas que conspiram e reinventam nossa trajetória. E
encontramos a vontade de buscar a vida, e de querer caminhar por esse património
comum que a música é capaz de criar. Prosseguimos nesse território onde as
concertistas executam seu ofício com coração e técnica, tornando essa noite numa
ocasião de esperança. Convictos, acreditamos que esse mundo pode tornar-se uma
experiência muito melhor para todos. Basta se ouvir os solos de Lia e os acordes de
Olga.
Celso de Lanteuil
Porto, 19/11/2015
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