do nosso Associado
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José Silva
Vamos ressuscitar José Afonso!
José Afonso, o Zeca, foi estudante de liceu, na Coimbra dos seus dezasseis anos. Juntamente com outros estudantes, por aquelas festarolas, tertúlias académicas, repúblicas... ia fazendo notar a sua voz.
Aos vinte anos, entra na Universidade para cursar Ciências Histórico - filosóficas; entra também de pronto para cantar no Orfeão...
Toda a década de cinquenta vai ser 'o cantor' principal do Orfeão Académico. Interpreta e cria lindíssimos fados tradicionais da canção Coimbrã. É desta altura a "Balada de Outono" e "O Meu Menino é d'oiro".
Mas, "muda o vento e vira a sorte", José Afonso tem que cumprir-se e cumprir o seu desígnio.
Começa então a cantar uma cantiga nova: uma cantiga que ninguém conhece! Esta cantiga rompe com a praxe e tradição Coimbrãs e vai tornar-se na mais acutilante arma de denúncia e de combate político e social.
Grava os "Vampiros" e o "Menino do Bairro Negro".
Começa, obviamente, a incomodar muita gente.
Como professor, vai para Moçambique.
Aí vai tomar consciência dos graves problemas do colonialismo e da guerra colonial. Compõe "Menina dos olhos tristes".
De regresso ao Continente, é colocado como professor em Setúbal, onde passa a viver.
Desenvolve intensa actividade política e social com as suas cantigas.
É expulso do ensino.
Alguns amigos ajudam-no. Vai dando algumas explicações...
Detido várias vezes pela "Pide"... não desiste!
Com a sua actividade, coragem, exemplo, vai tornar-se verdadeiramente num símbolo maior da resistência ao "fascismo". As suas cantigas, criadoras de cumplicidades, são mobilizadoras e despertadoras da força e da vontade que vai levar ao 25 de Abril.
Com o 25 de Abril, entrega-se inteiramente à revolução e às chamadas "Jornadas de sensibilização Cultural".
Em 1982 é-lhe diagnosticada a doença que o vai matar!
Morre a 23 de Fevereiro de 1987, com 58 anos.
Que nos proporia ele hoje?... Que nos cantaria ele hoje?
Ah! Que falta que ele nos faz!
Companheiros, vamos ressuscitar José Afonso!
José Silva