Maria Teresa Mira de Azevêdo, é geóloga de profissão na área da
Sedimentologia, tendo exercido durante 37 anos actividades de
investigação e docência no Departamento de Geologia da FCUL.
Desde muito cedo interessou-se por tentar perceber qual a razão da
existência para além do simples nascer, viver, morrer, sem outra utilidade
que não seja passar pelo mundo, mesmo que deixando alguma marca. Ao
longo de toda a sua carreira científica desenvolveu pesquisas relacionadas
com a reconstituição paleogeográfica, paleogeográfica, paleoclimática e
paleoambiental de várias regiões de Portugal e Espanha, reconstituindo
paisagens de centenas de milhões de anos através de trabalhos de campo
e de laboratório, tendo-se dedicado, em especial, ao estudo do pré-Tejo
(3Ma) e Tejo actual (desde 10.000 anos à actualidade). Usando
metodologia semelhante e com o mesmo grau de subjectividade e de
incerteza que se coloca nestas reconstituições optou, nesta abordagem à
biografia de Descartes, por apresentar os factos conhecidos e todas as
informações que podem levar à conclusão de que a ligação entre o
filósofo e a Irmandade da Rosacruz, existiu, de facto, e de que a sua obra
foi, em grande parte, inspirada pelos Manifestos Rosacruz do século XVII,
bem como pela literatura hermética e Rosacruz da época.
A partir de 1985 dedicou-se à pesquisa de Filosofia Hermética, Sufismo e
Rosacruz, tendo realizado numerosas apresentações em bibliotecas,
livrarias e centros culturais, com títulos como Sufismo e Ocidente, A
Gnose Islâmica, Mulheres de Luz, Os Poetas do Amor - a Sabedoria viva da
literatura libanesa - Khalil Gibran e Mikhail Naymi, entre outros.
De 2005 a 2011, organizou, na Biblioteca Museu República e Resistência,
um ciclo de conferências, intitulado “Quintas das Ciências” onde, em cada
ano, foi abordada uma diferente área científica (Geologia (2 anos),
Biologia, Arqueologia, Astronomia e Filosofia), no qual colaboraram os
mais relevantes investigadores da FCUL e FL e IPV. Grande parte destas
palestras foram, à época, repetidas na Galeria Matos Ferreira, no Bairro
Alto. Em 2012, organizou, também na BMRR, um ciclo de cinema
intitulado ”Fitas para Ver, Ouvir e Falar”.
Contracapa
A Vida Misteriosa de René Descartes vai buscar o título aos diversos
episódios inexplicáveis e às muitas interrogações que têm preocupado
filósofos e não só, desde a sua precoce morte, na Suécia, em 1650.
Abordam-se factos como: as constantes viagens entre 1620 e 1622 em
que pouco se sabe por onde andou e o que fez; o facto de estar sempre
presente nas cidades em que aparecia a Rosacruz; as seis semanas que
demorou ainda em Praga depois de o exército que servia ter sido
derrotado pelos Habsburgo, durante a Guerra dos Trinta Anos ( Batalha da
Montanha Branca); as constantes mudanças de residência durante os 19
anos em que viveu na Holanda e que eram apenas conhecidas do amigo
Padre Mersenne; o facto de só receber correspondência em locais que
não denunciassem essas moradas; a razão porque afirmou que andava
pela vida “mascarado”; as razões que o levaram a deixar a Holanda e viajar
para a Suécia, e muitos outros.
Todos estes “mistérios” são contextualizados na época em que viveu, no
círculo de amigos filósofos e cientistas do seu tempo, muitos dos quais
eram, declaradamente, Rosacruz.
AGRADECIMENTOS
Ao longo destes últimos cinco anos foram inúmeros os amigos e amigas
com quem troquei impressões, a quem manifestei o meu entusiasmo pelas
supostas descobertas que ia fazendo através da leitura das muitas dezenas
de obras consultadas e a quem agradeço a paciência com que me ouviram.
À amiga Niccolle directora da editora Aletheia, agradeço a oferta do
exemplar do livro “Descartes - entre révolution scientifique et révolution
spirituelle, entre Jésuites et Rose-Croix”, da autoria de A.C. Grayling, por
ela própria traduzido para francês.
No verão de 2010, o meu amigo Gilberto Raimundo, à época recentemente
licenciado em Filosofia, a quem pedi uma leitura do livro, então ainda
muito incipiente, transmitiu-me toda a sua descrença nas minhas
interpretações e conexões. Não fora a minha forte convicção e teria
desistido logo à partida. Também os colegas professores do Departamento
de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que
convidei para participar no Ciclo de Filosofia integrado nas “Quintas das
Ciências”, na Biblioteca Museu República e Resistência, não me
contrariando propriamente, talvez por questões de boas relações entre
pares, e não conhecendo os “Sonhos de Descartes”, manifestaram de forma
discreta as suas objecções à minha tese sobre a influência que a literatura
rosacruciana terá tido no seu pensamento filosófico. Essa reacção é natural
em quem conhece Descartes, essencialmente, pela sua racionalidade e
pensamento lógico, talvez algo duro e frio.
Numa primeira fase e dada a inexperiência em escrever trabalhos que não
fossem papers ou relatórios científicos que obedecem a determinados
padrões, foram várias as dificuldades decorrentes da falta de conhecimento
da estruturação de uma obra de carácter completamente diferente, tanto
mais que, simultaneamente, tinha de tratar da tradução do texto para
castelhano. Nessas tribulações tive a ajuda do amigo e jovem escritor Pedro
Rabaçal que, com o texto aberto num computador ao meu lado, ia
comparando múltiplas versões. (Os agradecimentos respeitantes à versão
castelhana serão nela apresentados).
Numa segunda fase, a das revisões, tive a inestimável ajuda do amigo e
escritor de grande prestígio, o Dr. Adalberto Alves, sem a qual o livro teria,
certamente, muito menos qualidade. As suas repetidas revisões, sugestões e
correcções melhoraram substancialmente esta obra, pelo que lhe estou
imensamente agradecida.
Desde o primeiro dia em que decidi escrever sobre a relação entre
Descartes e a Rosacruz tive, de maneira continuada, o apoio de meu marido
que sempre pacientemente e com agrado me ouvia ler trechos da obra de
Descartes e os meus próprios, dando-me a sua opinião sobre a semelhanças
encontradas com a literatura Rosacruz e com quem ia trocando ideias e
impressões e que muito me ajudou a ultrapassar dúvidas que fui
encontrando e as dificuldades que iam surgindo. Para ele vão os meus
maiores agradecimentos.
Finalmente à Editora Chiado que me incentivou a publicar esta obra e aos
leitores a quem espero ter proporcionado alguns momentos de profunda
reflexão.
LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS LIVROS DISCOS