2017-03-06, segunda-feira, 21h30:

Apresentação dos livros "VaicomDeus, SARL" (de Júlio de Almeida) e "O Convidador de Pirilampos", de Ondjaki




Vaicomdeus, SARL, de Júlio de Almeida

Com Vaicomdeus, SARL Júlio de Almeida oferece-nos uma surpreendente obra de ficção. Em apenas quatro dias, tanto quanto dura a história que nos é contada, perpassam perante o leitor quarenta anos da história de Angola. Vaicomdeus, SARL combina, na dose certa, reflexão e divertimento. E, conforme advertência do autor, alguns factos aconteceram mesmo, outros vão acontecendo e os demais poderiam ter acontecido.

Uma característica importante deste livro parece ser o falar de coisas sérias, dramáticas mesmo, mas sem perder nunca a qualidade estratégica número um para a sobrevivência do angolano, a capacidade de rir das próprias desgraças.

Pepetela


Nota biográfica

Júlio de Almeida (1940), mais conhecido por «Jujú» é natural de Namibe, Angola.
Fez estudos liceais no Lubango (1953-1957) e estudou de 1957 a 1961 no Instituto Superior Técnico em Lisboa. Foi membro da Casa dos Estudantes do Império. Em 1961 abandonou Portugal para estudar na Alemanha Federal com bolsa da UGEAN (União Geral dos Estudantes da África Negra sob dominação colonial portuguesa), onde se licenciou em Engenharia Mecânica (1962-1968).
De 1968 a 1971 trabalhou como engenheiro em Argel, onde integrou a delegação local do MPLA e o Centro de Estudos Angolanos. Foi Comissário Político da Secção Auto (depois Esquadrão de Transportes) na Frente Leste entre 1971 e 1974.
No mesmo ano, escreve a sua primeira produção literária, a peça de teatro Os Pioneiros do Futuro, encenada por Elsa Sousa em 4 de fevereiro de 1974, em Dar es Salaam, e cujos atores foram os pioneiros que então se encontravam na «Casa Grande».
É co-signatário da Proclamação das FAPLA, na qualidade de Comissário Político de Esquadrão (1-8-1974). Torna-se mais conhecido do público angolano quando, exercendo a função de Comissário político entre 1975 e 1976 no Comissariado Político do Estado-Maior General das FAPLA se ocupa do Departamento de Orientação Ideológica, responsável pelos contactos com a imprensa, de onde ressaltam os comunicados diários sobre a situação político-militar, transmitidos pela Rádio Nacional de Angola.
Foi vice-ministro dos Transportes (1976-1983) e trabalhou na qualidade de engenheiro entre 1983 e 1992 como diretor de Estudos e Projetos. Entre os anos 1984 e 2014 foi professor na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto. Foi ainda deputado à Assembleia Nacional de Angola, pelo MPLA, de 1992 a 2003. É membro fundador da Associação Tchiweka de Documentação



O Convidador de Pirilampos, de Ondjaki e ilustrações de António Jorge Gonçalves

- Não achas que podem ficar tristes, esses pirilampos dentro de uma gaiola que fica dentro do teu quintal?
- Se estivessem tristes, acho que não brilhavam assim.
- E se estiverem a brilhar de tristeza? - perguntou o Avô.
- Não tinha pensado nisso.

Perto da Floresta Grande vive um menino e o seu Avô.
O menino gosta de cientistar coisas: Já inventou um aumentador de caminhos e um convidador de pirilampos. Fala em código Morse com eles.

Nota biográfica

Ondjaki nasceu em Luanda em 1977. Prosador. Às vezes poeta. Co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (Oxalá Cresçam Pitangas - Histórias de Luanda). É membro da União dos Escritores Angolanos. Está traduzido em francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco e chinês. Prémio Literário Sagrada Esperança 2004 (Angola) e Prémio Literário António Paulouro 2004, com e se amanhã o medo (contos); Grande Prémio de Conto «Camilo Castelo Branco» C. M. de Vila Nova de Famalicão/APE 2007, com os da minha rua; o Grinzane for Africa Prize - Young Writer 2008 (pelo conjunto da obra); Prémio FNLIJ Brasil 2010 e, também em 2010, o prémio JABUTI (Brasil), na categoria Juvenil, com AvóDezanove e o segredo do soviético (romance); e o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância, 2012, com a bicicleta que tinha bigodes. Em 2013, com os transparentes, ganhou o Prémio José Saramago.

António Jorge Gonçalves nasceu e vive em Lisboa. O seu trabalho envolve ilustração editorial, performance visual e cartoon político. É autor de diversas novelas gráficas entre as quais a trilogia Filipe Seems (com Nuno Artur Silva), A Arte Suprema e Rei (com Rui Zink), pelas quais foi premiado várias vezes no Festival Internacional de BD da Amadora. Fez direção visual em várias peças de teatro. Com o Desenho Digital em Tempo Real e a manipulação de objetos em Retroprojetor de Transparências, tem criado diversas ações performativas com músicos, atores e bailarinos em Portugal, França, Alemanha, EUA, Japão e Itália. Criou o projeto Subway Life, desenhando pessoas sentadas nas carruagens do Metro em várias cidades do mundo. Publica semanalmente, desde 2003, cartoon político nas páginas do Inimigo Público (jornal Público): já foi distinguido diversas vezes no World Press Cartoon e viu os seus desenhos serem publicados no Le Monde, Courrier Internacional e em várias coletâneas internacionais. Foi distinguido em 2014 com o Prémio Nacional de Ilustração (DGLB) pela obra Uma Escuridão Bonita (com Ondjaki).



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