2017-10-18, quarta-feira, 18h00:

Apresentação por Arnaldo Trindade do livro «Partículas Comensais, de Jaime Milheiro



JAIME MILHEIRO, psiquiatra e psicanalista, fez a sua preparação no Porto, Lisboa e Paris. Humanizar e valorizar os factores psicossociais na Saúde/Doença foi a grande luta da sua vida profissional. Este é seu décimo livro, numa permanente interrogação sobre o funcionamento dos seres humanos. Fundou o Centro de Saúde Mental de Vila Nova de Gaia num registo de Psiquiatria Comunitária. Fundou o Instituto de Psicanálise do Porto. Criou os «Colóquios do Porto: Psicanálise e Cultura». Foi Presidente do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos. Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Foi Presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental. Foi agraciado com: Medalha de Ouro do Ministério da Saúde, Medalha de Ouro do Município de V. N. de Gaia e Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos.

Percorrer as páginas deste novo livro de Jaime Milheiro é embarcar numa prodigiosa aventura (...) espelhando o que somos (...) em quecada leitor irá encontrar muito de si próprio (...) através da franqueza que a limpidez do seu olhar permite. E vai gostar, caro leitor. (...) quando virar a última página, estará mais rico, mais confiante e mais seguro de si próprio, depois desta fascinante viagem pelo âmago das coisas, ou, melhor, da alma.

Magnânimo artista da escrita, aqui nos deixa o legado mais conseguido de toda a sua vasta obra (...) tornando-nos comensais do seu laborioso e elaborado pensamento (...) sob o desígnio de que: «escrever empobrece o que a fantasia enriquece».

Jaime Milheiro é assim.

Irá ler o próprio autor.

Armando Moreno, in Prefácio

Neste
DESINQUIETO ROMANCE
sobre a profissão de viver:
Há tempos cruzei-me com um antiquíssimo condiscípulo do Liceu.
Reconhecemo-nos alegres
Ao fim dalgumas frases:
Então a vida, que tal?
Passou depressa, disse ele
Nunca vi resumo mais perfeito.
No fim da vida, todos os humanos remexem as longínquas infâncias:
buscam pessoas, terras, circunstâncias.
Mas não encontram ninguém.
As partículas regressivas já não serão comensais:
serão cinzas: apenas cinzas, sem eco nem retorno.
Morrer é desactivar um vastíssimo arquivo de histórias e de memórias.
É um desperdício!



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