Roda de choro do Porto


A roda de choro de 05 de dezembro de 2012


Ponto de encontro regular para que músicos de todas as idades e proveniências partilhem a efervescência do choro

uma roda de choro não é um concerto, não é um ensaio, não é uma jam session

é uma celebração e uma partilha de uma música refinada pelo

seu conteúdo popular, pelo modo de sentir efervescente e generosa



Caro Rui,
Você não faz idéia da alegria que me proporcionou ao me convidar para a roda de Choro de ontem a noite.
O astral do lugar estava perfeito e muito vibrante.
É disso que as pessoas precisam!
Descobrir a força que a música e a literatura possuem para transformar o curso da vida.
Mudanças para ajustar o olhar sobre os problemas e buscar as melhores soluções.
Senti-me em casa.
Em anexo segue o Poema em Ritmo de Choro.
Um grande abraço e até breve,
Celso [e-mail de 6 de dezembro de 2012]


Para Rui Vaz Pinto, em agradecimento

      Poema em Ritmo de Choro
      Celso de Lanteuil
      UNICEPE, Porto, 5 de Dezembro de 2012


      Não há distância, clima, idioma
      Que não deixe lá chegar!
      São as cordas mais fortes, são os acordes persuasivos
      Os ritmos variados, os compassos apressados
      E calmos

      São estas sonoridades
      Que atravessam mares, montanhas
      Entram pelos quintais
      Escritórios
      Quartéis e hospitais...

      Não há barreira que consiga resistir a essa força sonora
      Vibra como 1000 rugidos
      Dos mais saudáveis leões
      Não há poder que persista na proibição
      Desta ou daquela canção, do que se pode cantar ou não

      Essa formação difícil de qualificar
      Que une pessoas de diferentes olhares, vivências e linguajar
      Esse grupo de inventores cujos instrumentos executam
      O som que nos leva para lugares jamais vistos, ao passado distante
      Para lá ficarmos largados, esquecidos pelo tempo que ainda nos espera

      Nessa noite fria, mas instigadora, cercados de livros
      Espectadores se aproximam dos violões
      Quase encostam nos cavaquinhos, triangulo e flautas
      Vão e voltam
      Neste vai e vem dos pandeiros, percussão e guitarras portuguesas

      A roda de choro está formada
      Faz o coração das pessoas entrar no ritmo
      Os pés se movimentarem
      As cabeças mexerem-se
      Bocas tentam cantarolar

      Pois é nesta roda adorável, na Livraria UNICEPE, na cidade do Porto
      Que me vejo a caminhar pelas ruas do meu Rio querido
      Guiado pelas notas deste ou daquele chorinho
      E, assim vou seguindo o caminho de casa
      Ainda que grudado a uma cadeira


      Fotos de Filipe Carneiro